Energia “muito competitiva, barata e limpa” pode atrair indústria para a Ibéria, diz CEO da EDP
"Nós vendemos energia mais barata à Amazon na Península Ibérica do que nos Estados Unidos. Energia renovável", realça o CEO da EDP.
O CEO da EDP, Miguel Stilwell de Andrade, destacou esta sexta-feira a competitividade dos preços da luz em Portugal, considerando que o país já se destaca mesmo a nível global e que, com isso, pode atrair indústria. Em paralelo, destaca a evolução nas redes elétricas a nível nacional e defende que os valores de investimento propostos para o futuro são “significativos” mas “importantes”.
“A Península Ibérica cada vez mais se destaca a nível global: temos hoje em dia energia muito competitiva, barata e limpa”, destacou o CEO da EDP, Miguel Stilwell de Andrade, esta sexta-feira, num evento da E-Redes, a subsidiária do grupo focada na gestão de redes elétricas. “Nós vendemos energia mais barata à Amazon na Península Ibérica do que nos Estados Unidos. Energia renovável“, rematou o gestor.
Stilwell faz estas declarações num contexto em que, quando se fala da competitividade energética a nível europeu, é destacada pela negativa a deslocalização de indústria da Alemanha para os EUA ou para a China. “Era bom pensarmos também na Península Ibérica como sendo uma das regiões onde podemos atrair indústria“, porque para “indústrias que dependam de energia barata e limpa, nós temos de facto condições”, argumenta.
O CEO da EDP citou o dado, retirado do Eurostat, que aponta para que Portugal tenha o quinto preço mais baixo da energia para o cliente industrial na Europa, “uma diferença muito grande face às manchetes de há uns anos atrás”.
Era bom pensarmos também na Península Ibérica como sendo uma das regiões onde podemos atrair indústria.
O líder da EDP aproveitou ainda para sublinhar que as redes são “absolutamente centrais” para o sistema elétrico, sobretudo num contexto em que se perspetiva um aumento no consumo de energia entre 5 a 10% até 2030. “É cada vez mais crítico ligar os consumidores“, não só domésticos, mas também centros de dados e indústrias eletrointensivas que se queiram deslocar para a Península Ibérica, assim como produtores de energias renováveis.
Investimento de mais 50% nas redes “justifica-se”
A propósito da campanha de instalação de contadores inteligentes, que foi concluída pela E-Redes este ano, Stilwell faz um balanço muito positivo da atividade desta empresa. Realça “uma melhoria brutal na qualidade de serviço e redução enorme nos custos que as redes representam para os clientes“.
Nos últimos 10 anos, regista uma redução de 50% do peso dos custos da rede de distribuição na tarifa, e um decréscimo de 22% do OPEX por cliente. Por outro lado, houve uma redução de mais 80% no tempo de interrupção do serviço. Ressalva, apenas, que ainda se registam “demasiados acidentes”, algo que é uma “primeira prioridade” para a empresa.
A E-Redes atingiu uma melhoria brutal na qualidade de serviço e uma redução enorme nos custos que as redes representam para os clientes.
Em paralelo, Miguel Stiwell defendeu o plano de investimento apresentado pela E-Redes, que prevê um aumento “significativo” no valor despendido — cerca de 50% até 2030 — mas “importante”, considera. “O plano está bem fundamentado” e “há questões estruturais”, como é o caso da substituição de transformadores que já contam mais de 40 anos. “Está na altura de substituir isso, em conjugação com o tema das ligações e da digitalização. Justifica-se o aumento do investimento e é algo que se está a ver no mundo e na Europa“.
Sobre o concurso para a concessão das redes de baixa tensão, que agora está sob a alçada da E-Redes mas deverá ter lugar em 2026, o CEO do grupo atira que “não vem resolver um problema”, já que “a E-Redes tem desempenhado o papel de operador da rede de distribuição com excelência (…) e isso é indiscutível”.
O CEO não fez agora qualquer referência às intenções da elétrica em relação ao concurso, mas já havia admitido anteriormente, em entrevista ao Negócios, que o modelo definido anteriormente — e que está agora em revisão — não interessava à EDP e, portanto, a elétrica podia mesmo ficar fora do concurso.
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