Sindicato: Demissão de Rocha Andrade pode atrasar negociação do OE
Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos lamenta demissão do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, um dos três membros do Governo que abandonaram ontem o Executivo.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos lamentou esta segunda-feira a demissão do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, e realçou que esta saída poderá atrasar o processo de negociação do próximo Orçamento do Estado.
“Lamentamos esta situação. Poderá atrasar as coisas [negociação do Orçamento do Estado], tudo vai depender do entendimento do próximo secretário de Estado, que pode ser diferente e poderá obrigar ao recomeço e regresso à mesa das negociações”, disse à agência Lusa o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, Paulo Ralha.
Em declarações esta segunda-feira à Lusa, Paulo Ralha destacou o trabalho de Rocha Andrade quer junto dos trabalhadores, quer do ponto de vista fiscal, tendo “pegado em matérias difíceis como o combate à grande evasão fiscal”.
Os secretários de Estado da Internacionalização, dos Assuntos Fiscais e da Indústria anunciaram no domingo que pediram a sua exoneração de funções ao primeiro-ministro e solicitaram ao Ministério Público a sua constituição como arguidos no inquérito relativo às viagens para assistir a jogos do Euro2016.
“Para os trabalhadores ele [Rocha Andrade] era um interlocutor bastante válido. Estávamos a chegar a algum consenso em matérias importantes que diziam respeito aos trabalhadores, nomeadamente ao nível da negociação de carreiras e, desse ponto de vista, o processo também fica pendente de quem será o próximo secretário de Estado”, disse.
No entender de Paulo Ralha, a negociação ao nível das carreiras estava “a correr bem e a ir de encontro às expectativas dos trabalhadores”.
“Por isso, só podemos lamentar que tenha apresentado a sua demissão. Do ponto de vista da ligação com os trabalhadores foi muito bom. Do ponto de vista fiscal, parece-nos que fez um bom trabalho, que ousou pegar em matérias difíceis, nomeadamente no que diz respeito ao combate à grande evasão fiscal”, disse.
De acordo com o responsável, Rocha Andrade começou a dar passos muito importantes no que diz respeito ao combate à evasão fiscal.
“É necessário que se continue este trabalho, porque o secretário de Estado [Rocha Andrade] fez um bom trabalho”, concluiu.
O primeiro-ministro, António Costa, aceitou no domingo os pedidos de exoneração dos secretários de Estado da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira, dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, e da Indústria, João Vasconcelos, “apesar de não ter sido deduzida pelo Ministério Público qualquer acusação”.
A decisão foi justificada com a intenção de não prejudicar o Governo.
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