“Portugal precisa de imigrantes, mas nenhum país consegue viver com imigração descontrolada”, diz Leitão Amaro
Leitão Amaro entende que o país precisa, sim, de imigrantes, mas defende que "nenhum país consegue viver com uma imigração descontrolada", pelo que prefere uma "via moderada".
O ministro da Presidência anunciou esta quarta-feira que a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) “multiplicou em sete vezes e meia” a sua capacidade de resposta, recebendo hoje cerca de seis mil pessoas por dia. Há meio ano rondava os 800 atendimentos diários, notou. António Leitão Amaro sublinhou ainda que o Portugal precisa de imigrantes, mas defendeu uma “via moderada“, isto é, rejeitou o “sistema de porta escancarada” do Governo anterior, mas também um travão total às entradas.
“Temos uma pirâmide demográfica preocupante. Portanto, precisamos de imigrantes. Ponto“, começou por realçar o governante, num almoço-debate promovido pelo Internacional Club of Portugal. “Portugal precisa de imigrantes, mas nenhum país consegue viver com uma imigração descontrolada“, acrescentou o mesmo.
Segundo Leitão Amaro, quando o Aliança Democrática (AD) chegou ao Governo encontrou uma das “situações mais calamitosas”, com 400 mil processos sem decisão. “Se havia área onde as coisas eram dramáticas, era a imigração“, lembrou esta tarde o ministro, argumentando que a situação, como estava, era negativa tanto para quem chegava (que “não era bem recebido”), como para quem está já no país.
“Tínhamos um Estado bloqueado, falhado”, declarou Leitão Amaro, que aproveitou a ocasião para avançar que, em contraste, este Governo já adiantou “metade dos 400 mil processos” referidos e multiplicou por sete vezes e meia a capacidade de resposta da AIMA. “Conseguimos por ordem na casa”, salientou o responsável.
Leitão Amaro assinalou também que o Governo já se reuniu com as confederações patronais, para que seja criada uma “via verde” para acelerar a atribuição de vistos no caso das empresas que queiram recrutar lá fora. “Vocês fazem a vossa parte, nós fazemos a nossa, e vamos dar a estas pessoas uma oportunidade“, disse o ministro, que não quis detalhar o que foi proposto aos empresários.
Ao que o ECO apurou, o Governo deu 15 dias às confederações empresariais para apresentarem as suas propostas, estando prevista uma nova reunião no início de 2025.
Por outro lado, na intervenção desta quarta-feira, o ministro da Presidência criticou o sistema fiscal que “castiga” o mérito e quem vê o seu lucro crescer. E atirou, de olho no Orçamento do Estado para 2025: “se há alguma coisa que vai deixar Luís Montenegro na história, é o ciclo de redução de impostos. Impostos que se mexem são só para baixar. É uma novidade belíssima para o país“.
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