Famílias reforçam aposta nos Certificados de Aforro pelo segundo mês

Descida das taxas de juro dos depósitos voltou a tornar os Certificados de Aforro mais atrativos. Em novembro, atraíram 263,6 milhões de euros das famílias.

A descida das taxas de juro dos depósitos bancários voltou a tornar os Certificados de Aforro mais atrativos. Em novembro, as famílias aplicaram 263,6 milhões de euros nestes títulos que até há pouco tempo estavam a registar mais saídas do que entradas.

Trata-se, de resto, do segundo mês seguido com subscrições líquidas positivas, depois de um ano em que as famílias pouco ou nada quiseram ter a ver com este tradicional produto de poupança oferecido pelo Estado.

O regresso do interesse surge num quadro em que os bancos continuam a cortar a fundo na remuneração dos seus depósitos — que de alguma forma é o concorrente direto dos certificados. Em novembro, a taxa de juro média das novas aplicações a prazo baixou para 2,39%, já abaixo da taxa base que oferece atualmente a Série F dos Certificados de Aforro.

Por outro lado, o Governo também aumentou os limites máximos para a subscrição de certificados dos 50 mil euros para os 100 mil euros, que está a impulsionar a procura.

Depois das saídas registadas desde o início do ano, os Certificados de Aforro vão assim a caminho de fechar o ano com um saldo de subscrições líquidas de resgates positivo. Até novembro esse saldo superava os 330 milhões de euros, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal.

No final do mês passado, as famílias tinham aplicados 34,4 mil milhões de euros em Certificados de Aforro, o valor mais elevado de sempre.

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Certificados do Tesouro registam saídas há 37 meses

Já os Certificados de Tesouro mantiveram em novembro a tendência de saída que vem registando nos últimos três anos. Entre subscrições e resgates, saíram cerca de 138,75 milhões de euros no mês passado, com o investimento total a baixar da fasquia dos 10 mil milhões de euros.

Neste período de três anos e um mês, as famílias tiraram perto de oito mil milhões de euros dos Certificados do Tesouro — ao que tudo aponta, transferindo as poupanças para os Certificados de Aforro.

No seu todo, os ‘empréstimos’ das famílias ao Estado ascendem a cerca de 44,3 mil milhões de euros entre Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro.

Há ainda outros mil milhões de euros aplicados pelo pequeno aforrador em Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV), títulos que vencem em junho. Entretanto o Governo já anunciou o regresso destes títulos no próximo ano, prevendo emissões de 1,5 mil milhões de euros.

(Notícia atualizada às 11h12)

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