Costa: “Nunca mais nenhum de nós poderá esquecer aquele dia”
O primeiro-ministro começou o debate pelo tema de Pedrógão, mas passou em revista todos os bons indicadores económicos e anunciou uma nova secretaria de Estado para a Habitação.
“Nunca mais nenhum de nós poderá esquecer aquele dia,” disse António Costa, primeiro-ministro, no arranque do debate sobre o Estado da Nação. No discurso de abertura, o chefe do Governo deu prioridade ao tema de Pedrógão, mas fez questão de falar sobre as conquistas obtidas na área económica, anunciou uma secretaria de Estado para a Habitação e traçou um esboço da estratégia que propõe para o futuro.
O incêndio de Pedrógão Grande evidenciou como, “perante o primado da vida humana, tudo o mais tem um valor relativo,” sublinhou o primeiro-ministro, depois de notar que a tragédia que matou 64 pessoas e fez mais de 200 feridos aconteceu precisamente no dia seguinte à saída de Portugal do Procedimento por Défice Excessivo — aquele que tinha sido definido como um dos objetivos fundamentais do Governo.
"Nunca mais nenhum de nós poderá esquecer aquele dia; e temos o dever de tudo fazer para estarmos à altura da memória dos que faleceram””
Por isso, Costa deu prioridade ao tema do incêndio de Pedrógão Grande. Anunciou que as primeiras três habitações já estão a ser reconstruídas e que a Unidade de Missão para a Valorização do Interior será deslocalizada para Pedrógão Grande. De seguida, garantiu que o Governo vai dar “toda a colaboração e apoio tanto ao inquérito crime aberto pelo Ministério Público como à Comissão Técnica Independente” criada pela Assembleia da República.
Mas, frisou Costa, “se há respostas que ainda não temos há soluções que sabemos que há muito o país espera.” E pediu um “esforço conjunto para consensualizar” a reforma estrutural das florestas para o futuro do país.
O caminho já feito e o que está por vir
Num segundo momento do discurso, Costa fez questão de passar por todos os bons indicadores económicos, procurando assim mostrar os resultados já obtidos pela atual governação. Falou dos “mais de 175 mil novos postos de trabalho criados desde o início de 2016,” da confiança dos agentes económicos, que está em máximos, do crescimento do investimento, do aumento do PIB, que cresce acima do ritmo da zona euro, da saída do Procedimento por Défice Excessivo. E rematou: “sim, havia mesmo alternativa.”
E ao prometer detalhes sobre as políticas setoriais em curso — Saúde, Educação — para a fase de debate, anunciou a criação de uma secretaria de Estado da Habitação. Esta será a primeira consequência da remodelação governamental provocada pela saída de três secretários de Estado por causa do Galpgate, e da aceitação do pedido de saída por parte de outros secretários de Estado.
Por fim, Costa apontou para o que virá “para lá da atual legislatura” e defendeu que é preciso preparar o que aí vem desde já. Garantiu que está a trabalhar numa matriz que assenta em dois eixos fundamentais — inovação e conhecimento, e qualificação, formação e emprego — cujos objetivos são a competitividade, coesão e convergência.
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