Impresa quebra silêncio sobre o negócio TVI/Meo
O grupo Impresa reagiu à compra da Media Capital pela Meo, da Altice. Pede aos reguladores que tenham em conta os princípios de "concorrência leal" e "pluralismo".
O grupo Impresa está confiante que os reguladores portugueses vão ter “em conta” os princípios da “concorrência leal” e do “pluralismo na comunicação social” quando se pronunciarem sobre a compra da concorrente Media Capital pela Altice, dona da Meo, numa operação realizada por 440 milhões de euros.
Numa reação ao negócio enviada às redações, a dona da SIC sublinha: “A Impresa é, e sempre foi, a favor da concorrência leal num mercado que funcione de forma sã, bem como do pluralismo na comunicação social.” E acrescenta: “Estamos confiantes de que os reguladores portugueses e europeus terão estes dois princípios em conta quando se pronunciarem sobre a operação em causa.”
A segunda compra da Altice em Portugal, que surge anos depois da aquisição da PT Portugal à Oi, está ainda dependente da avaliação dos reguladores espanhóis e portugueses, nomeadamente a Autoridade da Concorrência e a Entidade Reguladora para a Comunicação Social, que tem parecer vinculativo.
"Estamos confiantes de que os reguladores portugueses e europeus terão estes dois princípios [da concorrência leal e do pluralismo] em conta quando se pronunciarem sobre a operação em causa.”
A guerra das televisões
Na última sexta-feira, a operadora Meo, através da Altice, fechou a compra da dona da TVI por 440 milhões de euros aos espanhóis da Prisa, após meses de rumores nesse sentido. É a primeira vez que uma empresa de telecomunicações compra um grupo de media em Portugal, uma tendência que já se registava noutros mercados como França e Estados Unidos.
Nos termos da lei, a Altice lançou ainda uma oferta pública de aquisição sobre a Media Capital, no sentido de garantir a parcela e pouco mais de 5% que não é detida pela Prisa, o que deverá resultar na saída da Media Capital da bolsa de Lisboa.
Os títulos da dona da TVI dispararam, tal como os da Impresa, com os investidores na expectativa de que a dona da estação de Carnaxide, principal concorrente da TVI, possa ser alvo de um negócio semelhante. No final do ano passado, Miguel Almeida, presidente executivo da operadora Nos, disse que se a Meo avançasse sobre a TVI, haveria “guerra”.
Esta segunda-feira, porém, ambas as cotadas estão a corrigir dos ganhos da sessão anterior. Só a Impresa derrapa 3,76%, enquanto a dona da TVI cai 1,1%.
Evolução das ações da Media Capital
(Notícia atualizada às 12h45 com mais informação.)
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