Carlos Costa contraria Centeno e vê Portugal capaz de evitar regresso ao défice em 2025
Apesar da estimativa do Banco de Portugal de um défice de 0,1% este ano, o ex-governador da instituição acredita que o país vai conseguir evitar um regresso das contas públicas ao vermelho.
Carlos Costa está convicto de que o país vai conseguir evitar o regresso aos défices orçamentais este ano, contrariamente à estimativa do Banco de Portugal (BdP), instituição que liderou entre 2010 e 2020, que aponta para que as contas públicas voltem a uma execução deficitária de -0,1% do PIB em 2025.
Em entrevista na manhã desta quarta-feira ao programa “Ponto Central”, da Antena 1, o antecessor de Mário Centeno diz que Portugal precisa de uma reforma da Administração Pública para evitar um regresso das contas públicas ao vermelho.
“A única questão que tem de ter é capacidade para fazer uma grande reforma que está por fazer, que é o aumento da eficiência da Administração Pública, de forma a poder fornecer os mesmos bens públicos a um custo menor”, afirmou Carlos Costa.
O ex-governador do BdP realça que esta reforma tem de ser feita “tendo em conta que os processos da Administração Pública foram pensados num momento em que não havia capacidade de automatização nem inteligência artificial”, pois “há tarefas que vão ter de ser repensadas com as novas condições do ponto de vista de produção desses mesmos serviços”.
A entrevista de Carlos Costa à rádio pública coincide com o dia em que Mario Draghi, ex-governador do Banco Central Europeu (BCE) e antigo primeiro-ministro italiano, vem a Lisboa para participar na reunião do Conselho de Estado desta tarde, com o objetivo de analisar “as perspetivas e os desafios sobre o futuro da União Europeia”.
Neste âmbito, o antigo governador do Banco de Portugal insiste que o país tem de pensar a longo prazo, traçando como prioridades para melhorar a competitividade da economia nacional o “relançamento da base industrial” e a criação de “parcerias externas” para “evitar ficar estrangulado no confronto entre dois polos — o americano e o chinês — e, sobretudo, no acesso a matérias-primas e mercados”.
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