Comissão Europeia anuncia retaliação contra tarifas dos EUA. Guerra comercial volta a escalar
Ursula von der Leyen anunciou esta terça-feira que a União Europeia irá avançar com "contramedidas" em retaliação contra as tarifas aduaneiras dos EUA sobre o aço e o alumínio.
Ursula von der Leyen acaba de anunciar que a União Europeia (UE) vai retaliar contra as tarifas impostas pelos EUA às importações de aço e alumínio. Apesar de ainda não dizer como, a confirmação da presidente da Comissão Europeia representa mais uma etapa no escalar da guerra comercial desencadeada por Donald Trump.
“Tarifas injustificadas sobre a União Europeia não ficarão sem resposta” e “irão acionar contramedidas firmes e proporcionais”, lê-se numa declaração assinada pela própria chefe do Executivo comunitário e publicada na manhã desta terça-feira no site da Comissão.
Afirmando que “lamenta profundamente a decisão dos EUA de impor tarifas sobre as exportações europeias de aço e alumínio”, von der Leyen ressalva que “as tarifas são impostos” que prejudicam as empresas, sendo “ainda piores para os consumidores”.
“A União Europeia vai agir para proteger os seus interesses económicos. Vamos proteger os nossos trabalhadores, empresas e consumidores”, rematou.
Não são conhecidos detalhes sobre que produtos deverão incidir as taxas retaliatórias da UE, nem quando serão aplicadas, mas o assunto deverá ser discutido no encontro agendado para esta tarde entre Ursula von der Leyen e o vice-presidente norte-americano, J.D. Vance, em Paris, onde decorre uma cimeira mundial sobre Inteligência Artificial.
Na segunda-feira, o Presidente dos EUA confirmou a imposição de tarifas de 25% às importações de alumínio e aço provenientes da UE, mas também da Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Japão, México, Coreia do Sul e Reino Unido. As novas taxas aduaneiras arrancam a 12 de março.
“Isto é importante, vamos tornar os Estados Unidos ricos novamente”, afirmou Donald Trump, após ter assinado as ordens executivas que aplicam as tarifas às importações de alumínio e aço sem “exceções ou isenções”.
A decisão cumpre uma ameaça que vem sendo feita por Donald Trump e que já tinha sido repetida no domingo. Na segunda-feira, a Comissão Europeia disse que ainda não tinha recebido nenhuma “notificação oficial sobre a imposição de tarifas adicionais”, pelo que recusou então “responder” sem conhecer “mais detalhes”.
No entanto, o Executivo comunitário prometeu “reagir para proteger os interesses das empresas europeias, trabalhadores e consumidores de medidas injustificadas”. “Ao aplicarem tarifas, os EUA estão a taxar os seus próprios cidadãos, aumentando os custos para as empresas e alimentando a inflação”, lia-se num comunicado.
Em 2018, no seu primeiro mandato na Casa Branca, Donald Trump já tinha imposto tarifas de 25% sobre o aço e de 10% ao alumínio produzidos na UE, por considerar que os produtos fabricados no estrangeiro constituíam uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos. De acordo com a Comissão Europeia, então liderada por Jean-Claude Juncker, as taxas atingiram 6,4 mil milhões de euros de exportações da UE para os EUA.
Como retaliação, Bruxelas aplicou direitos aduaneiros sobre produtos norte-americanos no valor de 2,8 mil milhões de euros que entravam no mercado único.
Porém, um acordo com a Administração de Joe Biden, em outubro de 2021, levou a uma “trégua” comercial que chega agora ao fim com as novas tarifas anunciadas por Trump.
(Notícia atualizada pela última vez às 12h02 com informação sobre reunião entre von der Leyen e J.D. Vance)
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