Jogadores de futebol também vão ter o seu fundo de pensões
Sindicato avança com proposta de fundo de pensões para permitir que futebolistas encontrem soluções de poupança e de resposta ao desemprego e final de carreira. Televisão e apostas também contribuem.
O Sindicado dos Jogadores Profissionais de Futebol pretende criar um fundo de pensões dirigido para os jogadores de futebol. O objetivo passa por disponibilizar novas soluções de poupança e ainda estabelecer um mecanismo de proteção dos atletas em situações de desemprego e após o final de carreira.
A proposta já foi enviada para a Federação Portuguesa de Futebol e Liga Profissional de Futebol. De acordo com Joaquim Evangelista, presidente do sindicato, as contribuições para este fundo de pensões serão voluntárias. Mas o sindicalista quer que as receitas relacionadas com as apostas desportivas e também relativas aos direitos televisivos dos jogos de futebol sejam canalizadas para reforçar a capitalização deste fundo.
“Verbas das apostas e dos direitos televisivos devem ser canalizadas diretamente para os praticantes, para questões de educação e educação financeira”, frisou Evangelista na apresentação do calendário de atividades da parceria para a formação financeira dos jogadores de futebol assinada com o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros, que decorreu esta quarta-feira no Museu do Desporto, em Lisboa.
"Verbas das apostas e dos direitos televisivos devem ser canalizadas diretamente para os praticantes, para questões de educação e educação financeira.”
O presidente do sindicato dos futebolistas sublinhou que, além de criar novas soluções de poupança, o fundo de pensões vem dar “respostas que se prendem com o final de carreira dos jogadores e com situações de doença e desemprego“. Adiantou que esta é uma solução que se verifica já nas principais ligas europeias e que pretende agora trazer para o campeonato português.
Evangelista anunciou que o plano de formação financeira dos jogadores vai arrancar já na próxima semana, com uma sessão junto de jogadores que se encontram desempregados e a treinar-se no centro de estágios promovido pelo sindicado. Além da componente física, os atletas também estão a receber formação educativa que vai passar a incluir uma vertente mais financeira.
“Os casos mediáticos de jogadores de futebol que entraram na bancarrota e o aumento de futebolistas falidos ou com graves problemas financeiros colocam o tema da educação financeira na ordem do dia“, declarou o sindicalista numa apresentação que contou ainda com os responsáveis da parte dos supervisores, o secretário de Estado do Desporto e Juventude, João Paulo Rebelo, e ainda de vários ex-futebolistas que fazem parte do projeto do sindicato. Rui Jorge, atual selecionador dos sub-21, será o embaixador deste plano de formação financeira
“Diagnosticar a literacia financeira, sensibilizar os jogadores para a poupança e promover atitudes e comportamentos financeiros adequados é o investimento que propomos a todos os jogadores de futebol para que possam garantir o seu futuro”, disse.
Tudo para evitar casos como acontecem com muita frequência na Premier League. Um estudo concluiu que dois em cada cinco ex-jogadores da milionária Liga inglesa assumem a existência de dificuldades financeiras graves cinco anos após o término da sua atividade profissional.
"Os casos mediáticos de jogadores de futebol que entraram na bancarrota e o aumento de futebolistas falidos ou com graves problemas financeiros colocam o tema da educação financeira na ordem do dia.”
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