Regresso ao dividendos? Bancos enfrentam “caminho relativamente longo”
Faria de Oliveira queixa-se da falta de informação relativamente à venda do Novo Banco. Sobre os dividendos, diz que dificilmente bancos poderão remunerar os acionistas enquanto não forem rentáveis.
Faria de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), considera que os bancos portugueses ainda enfrentam “um caminho relativamente longo” para voltarem a distribuir dividendos. Para o responsável, isso só deverá acontecer quando o setor voltar a ser rentável.
“Os bancos têm vindo a realizar um trabalho muito intenso, mas ainda têm enormes desafios pela frente. É um trabalho que ainda vai levar algum tempo e o sistema bancário necessita de tempo”, disse Faria de Oliveira, em entrevista ao Jornal de Negócios e Antena 1, salientando que a baixa rentabilidade da banca nacional face ao custo de capital dificulta o regresso à normalização da política de remuneração acionista.
“A rentabilidade dos capitais próprios da banca europeia anda na ordem dos 5% a 6%. E o custo de capital na União Europeia é da ordem dos 9%. Em Portugal será até superior. Enquanto a rentabilidade não atingir valores superiores ao custo de capital, a distribuição de dividendos é manifestamente dificultada“, argumentou Faria de Oliveira.
"A rentabilidade dos capitais próprios da banca europeia anda na ordem dos 5% a 6%. E o custo de capital na União Europeia é da ordem dos 9%. Em Portugal será até superior. Enquanto a rentabilidade não atingir valores superiores ao custo de capital, a distribuição de dividendos é manifestamente dificultada.”
Sobre o processo de venda do Novo Banco ao Lone Star, o antigo presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos lamentou a falta de informação em relação a esse processo. “Nós gostávamos de ter mais informação sobre o estado das negociações. Aliás, é uma das reclamações que o sistema [bancário] tem feito: sermos pouco postos ao corrente do que vai acontecendo”, afirmou o porta-voz da banca.
Ainda assim, Faria de Oliveira considerou que as informações públicas relativas à operação, resultantes da presença recente do governador do Banco de Portugal na COFMA (Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa), bem como algumas declarações públicas de membros do Governo permitem acreditar num desfecho positivo do negócio.
Na sua opinião, “as negociações parecem estar bem encaminhadas” e são “suscetíveis de poderem vir a ser concretizadas até ao final deste ano”.
E realça: “Estou em crer que sim [que o negócio se vai concretizar]. Eu creio que dentro das alternativas possíveis, neste momento, será muito difícil perspetivar outro tipo de soluções”
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