Diretor de campanha do PSD detido no Brasil
O diretor de campanha para as legislativas de 2011 e 2015 do PSD foi detido esta quinta-feira no Brasil no âmbito da investigação Lava Jato por alegada ligação ao ex-presidente da Petrobrás.
O especialista em marketing político responsável pela campanha da coligação PSD/CDS de 2015, André Gustavo, foi detido pelas autoridades brasileiras esta quinta-feira, segundo o jornal brasileiro Estadão. A detenção foi feita no âmbito da Operação Lava Jato e incluiu também a deteção de um ex-presidente da Petrobrás e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine. O Ministério Público Federal do Brasil quis evitar a intercetação da comunicação entre os dois detidos.
Em causa está uma aplicação chamada Wickr que, após as conversas, destrói as mensagens a cada 30 minutos. “O aplicativo Wickr permite a troca de mensagens instantâneas entre contactos por meio de sistema de criptografia ponta-a-ponta, com a possibilidade de destruição de todas as mensagens recebidas e lidas pelos interlocutores após um período pré-determinado”, afirma a operação, referindo que a utilização do Wickr por Bendine era “rotineira” de forma a “efetuar conversas ilícitas e rápida destruição de provas”.
André Gustavo era alegadamente um dos representantes de Bendine, assim como o seu irmão António Carlos, segundo o Globo. Ambos são sócios da empresa de publicidade Arcos. Gustavo foi preso no Aeroporto Internacional Gilberto Freyre, segundo o mesmo jornal, no Recife. A operação está na sua 42.ª fase. A justificação do procurador brasileiro é que “André Gustavo e António Carlos, em conluio com Bendine, teriam praticado em 2017 atos que caracterizam lavagem de ativos e obstrução das investigações”.
Aldemir Bendine era braço direito dos presidentes brasileiros Lula da Silva e Dilma Rousseff. As autoridades brasileiras decidiram também prendê-lo esta quinta-feira por ter viagem marcada para Portugal apenas com bilhete de ida, o que fez soar os alertas de risco de fuga. Bendine terá recebido um suborno de três milhões de reais à Odebrecht para facilitar negócios da empresa de construção, o que terá sido revelado pelos depoimentos do ex-presidente da construtora.
Segundo o Público, as autoridades brasileiras já tinham pedido informações ao Ministério Público português sobre a atividade do publicitário André Gustavo em território nacional.
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