Programa Cohitec vai ser revisto

O programa Cohitec da Cotec Portugal está em vias de ser revisto. A informação foi avançada ao ECO, pelo diretor do programa, Pedro Vilarinho à margem da conferência que teve lugar esta tarde, em Matosinhos intitulada PIT STOP- Tuning Techonology and Entrepreneuship/ Afinar Tecnologia e Empreendedorismo.

Pedro Vilarinho refere que o “Cohitec está a estudar uma nova abordagem ao programa”. A ideia, acrescenta o responsável pelo programa, “é ir junto das empresas e perceber quais são as necessidades e que problemas sentem, no sentido de levar os estudantes a desenvolverem tecnologia para colmatar essas necessidades”.

"o Cohitec está a estudar uma nova abordagem ao programa”

Criado em 2004 pela Cotec Portugal, o programa Cohitec é uma ação de formação em comercialização de tecnologias que visa apoiar e valorizar o conhecimento produzido em instituições nacionais de I&D. O programa é destinado a investigadores e tecnológicos que proponham uma ou mais tecnologias, cujas características únicas permitam dar resposta a uma necessidade de mercado.

Pedro Vilarinho garante, contudo, que “a edição do programa Cohitec 2017 vai manter-se nos mesmos moldes” sendo que as eventuais “alterações estão apenas em estudo”. No fundo, salienta Vilarinho, “é um reverso ao que fazemos hoje uma vez que, o que fazemos hoje e desde 2004, é partir da tecnologia e do produto e fazer a abordagem ao mercado”.

O Cohitec conta com o apoio da Caixa Geral de Depósitos e da Caixa Capital e com a parceria da Porto Business School, da Nova School of Business and Economics e das universidades norte-americanas de North Carolina State, Brown e Ruggers. O programa já apoiou 151 projetos, num total de mais de 650 participantes, entre investigadores e estudantes de gestão, sendo que os projetos de negócios deram lugar a 26 empresas de base tecnológica que receberam, até à data, mais de 35 milhões de euros de financiamento.

Para o responsável pelo Cohitec, o financiamento dos projetos é uma componente importante na medida em que “o projeto mais pequeno que apoiamos recebeu um investimento de um milhão de euros e o maior teve um investimento de 30 milhões de euros”.

Jorge Portugal, diretor-geral da Cotec corrobora desta opinião e acrescenta que “de facto uma das dificuldades é fazer crescer as empresas, o que se resolve através de parcerias e através de eventos como o que estamos aqui a realizar para a partilha de informação e de conhecimento e sobretudo aproximar os investidores e as empresas dos produtos tecnológicos que estão a chegar ao mercado”.

Jorge Portugal diz que outra solução “é atrair investimento de fora o que é um caminho mais difícil mas ainda assim possível”.

Um caso de sucesso que emprega 18 pessoas

A Advanced Cyclone Systems é um dos casos de sucesso apoiada pelo Cohitec. A sociedade dedica-se em exclusivo ao desenvolvimento e comercialização, a nível mundial, de sistemas de ciclones de alta eficiência. Pedro Araújo, responsável pela empresa criada há sete anos, diz que as “aplicações incluem controlo de emissão de partículas em caldeiras, fornos e secadores em recuperação do produto (pó) nas industrias química, alimentar e farmacêutica”.

Com uma faturação que ronda os 4,5 milhões de euros, Pedro Araújo explica ao ECO que o “Cohitec foi preponderante, uma vez que a ideia surgiu durante uma cadeira do MBA no âmbito do programa”, e sobretudo devido “à forma como nos obriga a estruturar o plano de negócios”. Pedro Araújo reconhece ainda que a aproximação aos investidores com a chancela da Cotec “abre outras portas”.