Juncker reclama para si louros da retoma europeia
"Lutei arduamente pela estabilidade do Eurogrupo, em particular pela Grécia. Se não o tivesse feito, a zona euro ter-se-ia degradado", diz o presidente da Comissão Europeia.
A economia está a crescer, o desemprego está a cair e os défices também. “Não há nada de que nos queixarmos”. A posição é de Jean-Claude Juncker, que acredita que, se a União Europeia está hoje em boa forma, isso deve-se, em parte, ao seu próprio trabalho. Em entrevista ao Politico, o presidente da Comissão Europeia recorda a sua atuação na crise económica e diz estar pronto para enfrentar desafios como o Brexit ou Donald Trump.
“Se a Comissão Europeia não tivesse assegurado que a Grécia não era expulsa da zona euro em 2015, o balanço seria pior. Na altura, lutei arduamente pela estabilidade do Eurogrupo, em particular pela Grécia [contra os desejos do ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble]. Se eu não tivesse feito isso, a zona euro ter-se-ia degradado“, disse Juncker na entrevista ao Politico.
Agora, acredita, a situação da União Europeia é bastante mais favorável. “Há uma situação melhor para reportar do que há um ano, e isso não está dependente do meu humor, mas de factos“, salienta. Juncker admite também que, ainda que devesse receber uma fatia considerável do crédito por esta recuperação, não é isso que vai acontecer na realidade. Mais deixa claro que é “demasiado velho e tem “demasiada experiência” para se incomodar com o facto de os Estados-membros reclamarem para si os louros e atirarem culpas para Bruxelas.
Sobre o Brexit, o presidente da Comissão Europeia reconhece que o processo será complexo. “As pessoas vão tornar-se cada vez mais conscientes da densidade dos problemas, sem que sejam capazes de encontrar sempre uma resposta coerente para estes problemas”. Seja como for, o Brexit não é reversível, garante.
Juncker deixa ainda duras críticas a Donald Trump. “É impressionante”, diz sobre os últimos eventos em Washington, que culminaram na saída de Anthony Scaramucci da direção de comunicação. “Somos mais bem organizados do que a Administração Trump. Isso deve-se ao facto de, quando temos dificuldades internas, essas dificuldades serem superadas em conversas diretas, em vez de despedirmos pessoas”.
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