Exuberância nas bolsas? Não. BCE diz que estão baratas
As bolsas europeias estão a valorizar. Há máximos, mas não há otimismo desmesurado por parte dos investidores. O BCE não vê risco de bolhas. Diz até que as ações estão baratas.
As bolsas sobem, sobem e sobem. Há um otimismo desmesurado por parte dos investidores? Nem por isso. Quem o diz é o Banco Central Europeu (BCE), que defende que o comportamento positivo dos mercados acionistas no Velho Continente não é excessivo — não há bolha. Reflete essencialmente o crescimento dos resultados das empresas, animadas pela recuperação da economia. As ações até estão baratas.
“Atendendo à média histórica, o prémio de risco das bolsas europeias é elevado, o que quer dizer que os ativos não estão caros”, refere o banco central liderado por Mario Draghi no seu último boletim económico, citado pelo Expansión.
Neste documento, o BCE compara esta variável, a do prémio de risco dos mercados — medido através do diferencial entre as ações e os ativos sem risco — com a expectativa em termos de remuneração acionista por parte das empresas cotadas. E conclui que os investidores estão a ser remunerados em consonância com o risco adicional assumido ao estarem expostos ao risco das ações.
Atendendo à média histórica, o prémio de risco das bolsas europeias é elevado, o que quer dizer que os ativos não estão caros.
O BCE recua alguns anos para suportar a sua perspetiva de que a valorização registada nos mercados acionistas europeus não é preocupante. Diz que o prémio de risco das bolsas, em plena bolha, estava em 2,5%, sendo que após a queda do Lehman Brothers passou para os 8%. Atualmente está em 7,8%.
Na perspetiva do banco central, que analisou os mercados europeus até ao final de 2016, a subida registada pelas praças europeias traduz apenas as expectativas crescentes dos investidores. É grande o otimismo em torno do crescimento dos resultados das cotadas, que por sua vez tenderão a entregar mais dividendos.
Esse otimismo assenta na recuperação da economia da região, que muito tem beneficiado do programa de compra de ativos que tem sido levado a cabo por Mario Draghi. Esses estímulos vão chegar ao fim em breve, mas o BCE não apresenta, neste documento, qualquer análise ao potencial impacto da retirada dos estímulos nos mercados acionistas.
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