Autoeuropa: Fórum da Competitividade quer rever lei da greve
A associação empresarial defende que as condições que permitem convocar uma greve, bem como a necessidade de os votos da convocação serem secretos, devem ser revistas.
O Fórum para a Competitividade defende a revisão da lei da greve, especificamente no que diz respeito às condições que permitem a sua convocação e à necessidade de os votos para a convocação de uma greve serem secretos. A associação empresarial reage, assim, à greve na Autoeuropa, que considera ter sido “prejudicial” para a empresa e para os trabalhadores.
“Esta greve, que foi convocada por um plenário organizado por estruturas sindicais alheias à Autoeuropa, é prejudicial à empresa, aos seus trabalhadores e ao país e vem colocar na ordem do dia a necessidade de rever a lei da greve quanto às condições que devem legitimar a sua convocação e quanto à necessidade de as decisões serem tomadas por voto secreto“, argumenta o Fórum para a Competitividade, em comunicado.
O protesto de quarta-feira, que resultou na paralisação da Autoeuropa, foi convocado por sindicatos afetos à CGTP. Os sindicatos sempre tiveram presença na empresa, mas a ligação com a administração foi sempre feita pela Comissão de Trabalhadores. Com a demissão desta, no princípio deste mês, os sindicatos tomaram as rédeas das negociações do novo modelo laboral que a administração quer impor e acabaram por convocar a primeira greve (sem contar com greves gerais) que teve lugar na Autoeuropa em mais de 20 anos.
"O SITE Sul, sindicato da CGTP, e o próprio secretário-geral desta confederação sindical, procuram aproveitar a vaga populista da greve para forçar negociações imediatas entre os sindicatos e a administração.”
É essa atuação que o Fórum para a Competitividade critica. “O SITE Sul, sindicato da CGTP, e o próprio secretário-geral desta confederação sindical, procuram aproveitar a vaga populista da greve para forçar negociações imediatas entre os sindicatos e a administração”, refere. “A greve tem por finalidade reforçar a posição da CGTP nessa discussão, de que se sentiu arredada pela prática negocial da Comissão de Trabalhadores”, acrescenta.
O Fórum para a Competitividade sublinha ainda que o T-Roc, o novo modelo da Volkswagen que vai ser produzido na Autoeuropa, é a oportunidade para a empresa “aumentar a produção para níveis nunca alcançados, de 240 mil unidades, sendo necessário um forte investimento material e humano para o efeito”. Assim, defende, “a organização dos tempos de trabalho não poderá deixar de se ajustar ao novo paradigma de produção, incluindo alguns sacrifícios pessoais da sua força de trabalho atual, com as devidas contrapartidas e reforço da sustentabilidade do emprego”.
Ao ECO, vários trabalhadores da Autoeuropa queixam-se de piores condições de trabalho nos últimos anos, enquanto a administração argumenta que a empresa está a atravessar um “período de maior crescimento”.
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