Maior subida do PIB em 17 anos explicada em 5 gráficos

O PIB do segundo trimestre foi revisto em alta. Ao contrário do esperado na primeira estimativa, a procura externa teve um contributo positivo. Estes 5 gráficos explicam a evolução da economia.

A aceleração do investimento e uma procura externa líquida positiva — ao contrário do que esperava o INE — fizeram com que o PIB crescesse 2,9% no segundo trimestre deste ano.

No primeiro caso, o fator diferenciador foi a aceleração da aquisição de automóveis pelas empresas. No segundo caso, uma perda nos termos de troca do comércio internacional menos intensa ditou um avanço, em vez de uma contribuição negativa. Estes cinco gráficos mostram as diferenças entre o primeiro e o segundo trimestre.

Contributos para o PIB

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

Os contributos para o Produto Interno Bruto não deixam dúvidas: a procura interna continua a dar o maior contributo para o PIB, algo que se regista desde o terceiro trimestre do ano passado. A procura externa líquida, pelo contrário, deu um contributo quase neutro.

Contributos para a procura interna

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

O destaque na procura interna vai para o investimento que passou de 7,7% no primeiro trimestre para 9,3% no segundo trimestre. Tanto o consumo privado como o consumo público contribuíram menos para a evolução do PIB na comparação homóloga.

Contributos para a FBCF

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

A componente que mais contribuiu para a aceleração da formação brutal de capital fixo (FBCF) no segundo trimestre foi o equipamento de transporte, “influenciada em particular pelo comportamento da componente automóvel”. A componente da construção também acelerou.

Evolução das exportações e importações

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

A surpresa do INE esteve exatamente na procura externa líquida. O saldo externo de bens e serviços acabou por melhorar de 0,8% do PIB no primeiro trimestre para 1,1% no segundo trimestre. A beneficiar a evolução das importações e exportações esteve um menor impacto da troca de termos. Porquê? Os deflatores implícitos nas exportações e nas importações variaram de forma diferente ao que o INE estimava.

O maior crescimento desde o quarto trimestre de 2000

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

Esta revisão em alta para os 2,9% supera os 2,8% registados no primeiro trimestre deste ano, mas também no quarto trimestre de 2007, no segundo trimestre de 2004 e no segundo trimestre de 2001. Este crescimento económico próximo de 3% só é superado pelos valores do ano de 2000 quando o PIB cresceu mais de 3% em todos os trimestres. Há praticamente 17 anos que o PIB não crescia tanto num trimestre.

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