Compra de carros pelas empresas é o que mais puxa pelo PIB

O investimento cresceu 9,3% no segundo trimestre, impulsionado, sobretudo, pelo setor automóvel: as aquisições de equipamentos de transportes dispararam 33%.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) reviu em alta o crescimento do PIB no segundo trimestre deste ano, para 2,9%, dando mais pormenores sobre o contributo das várias componentes para o crescimento da economia. Segundo os novos dados, o crescimento fica a dever-se, sobretudo, ao aumento do investimento, em particular à subida das aquisições de equipamentos de transporte. Esta aceleração só se verifica, contudo, do lado das empresas, e não junto das famílias.

No segundo trimestre, aponta o INE, a procura interna aumentou 2,7%, uma forte aceleração face ao aumento de 0,8% que tinha sido registado em igual período do ano passado. Assim, o contributo positivo da procura interna para o crescimento do PIB aumentou para 0,8 pontos percentuais.

Essa evolução fica a dever-se ao investimento, que subiu 9,3% no conjunto de abril a junho, quando comparado com o período homólogo. Já em cadeia, o investimento aumentou 6%, depois da variação em cadeia nula que tinha sido registada no primeiro trimestre do ano.

Olhando para as várias componentes do investimento, é evidente qual deu o maior contributo. Em termos homólogos, a formação bruta de capital fixo (as compras de bens duradouros por parte das empresas, essencialmente máquinas ou material de construção) acelerou de 9,6% no primeiro trimestre para 10,3% no segundo trimestre. Dentro desta componente, foi o investimento em equipamento de transporte que mais acelerou: 33,1%, um valor muito acima do crescimento de 10,6% que tinha sido registado no primeiro trimestre. “A formação bruta de capital fixo em equipamento de transporte foi a componente que mais contribuiu para a aceleração da formação bruta de capital fixo no segundo trimestre, influenciada em particular pelo comportamento da componente automóvel“, refere o INE.

Este crescimento fica a dever-se às empresas, já que, ainda que as famílias tenham comprado mais carros, houve um abrandamento do ritmo de crescimento. “As despesas em consumo final em bens duradouros das famílias residentes registaram um crescimento homólogo menos intenso, de 3,4% (5,9% no 1º trimestre), devido à desaceleração da aquisição de automóveis”, refere o INE.

Já o investimento em outras máquinas e equipamentos aumentou em 12,7%, o que representa uma desaceleração face aos 17,6% do primeiro trimestre, enquanto o investimento na construção acelerou de 8,6% para 9,5% no segundo trimestre.

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