Irma faz três mortos na Flórida e quase 3,5 milhões de pessoas sem eletricidade
Depois de ter provocado três mortos só no estado da Flórida e ter deixado quase 3,5 milhões de pessoas sem luz, o furacão Irma diminuiu para a categoria 1 nesta manhã de segunda-feira.
As notícias são relativamente mais tranquilizantes esta manhã de segunda-feira. O furacão Irma viu a sua intensidade diminuída, reduzindo a sua categoria para 1, numa escala de cinco, ao aproximar-se da cidade de Tampa, na Flórida.
Segundo informações avançadas pelo Centro de Furacões dos Estados Unidos, por volta das 7h00 de Lisboa, o “olho” do furacão estava localizado a cerca de 30 quilómetros de Lakeland e 40 quilómetros de Tampa, onde vivem quatro milhões de pessoas.
O Irma deslocava-se em direção a noroeste, com ventos a atingir um máximo de 135 quilómetros por hora. Uma velocidade inferior àquela que tinha sido registada no último boletim (155 quilómetros por hora), emitido três horas antes.
O Centro Nacional de Furacões prevê que, esta tarde, o furacão Irma se dirija para o interior do Norte e sudoeste da Geórgia.
No domingo o furacão alcançou terra na costa da Flórida, com ventos a rondar os 200 quilómetros por hora. Mais tarde, reduziu a sua categoria para 1. Mas a fúria dos ventos e da chuva provocaram três mortos, na Flórida, depois do rasto de destruição que deixou na sua passagem pelas Caraíbas, onde provocou mais de 30 mortes, e por Cuba onde o número de vítimas mortais é já superior a dez.
Após o Irma ter tocado terra em Cayos, no domingo, quase 3,5 milhões de pessoas ficaram sem eletricidade na Flórida, em mais de 1,69 milhões de edifícios, o que representa mais de um terço do total, segundo avançou a companhia de eletricidade estatal. As reparações poderão demorar semanas até estarem concluídas.
Além das ilhas Keys, na Flórida, Miami foi uma das cidades muito afetada pelo furacão. A baixa da cidade encontra-se completamente inundada, sendo impossível andar nas ruas e a população mantém-se refugiadas em abrigos. Ainda assim, a cidade respira de alívio por já não estar na trajetória do “olho” do furacão, como inicialmente foi previsto.
Ainda neste domingo, o Pentágono anunciou a mobilização de mais de 7.400 efetivos, incluindo soldados no serviço ativo, na reserva e a Guarda Nacional para enfrentar situações de emergência. Para além do reforço de pessoal, estão ainda preparados mais de 140 aviões, 650 camiões e 150 barcos.
Para além das vítimas e do rasto de destruição, o Irma obrigou ainda ao encerramento do espaço aéreo. Milhares de voos foram cancelados e mais de 500 portugueses estavam retidos desde sexta-feira em aeroportos na Jamaica e em Punta Cana.
Mais de 40 portugueses residentes nas ilhas de Saint-Barthélemy, Saint-Martin e Guadalupe, nas Caraíbas, atingidas pelo furacão Irma, vão regressar a Portugal num avião militar C-130 enviado pelo Governo português. A notícia foi avançada à Lusa pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.
Os estragos do Irma vêm somar-se aos do furacão Harvey, que atingiu o Texas e a Luisiana no final de agosto. Os dois fenómenos no seu conjunto vão custar 290 mil milhões de dólares (241 mil milhões de euros), ou seja, 1,5 pontos percentuais do PIB norte-americano, de acordo com uma estimativa do Serviço de Meteorologia privado Accuweather.
Já o Harvey deverá custar entre 20 e 25 mil milhões de euros às seguradoras, segundo uma estimativa da resseguradora alemã Munich Re. O responsável adiantou que “a avaliação é complexa por causa das inundações. Levará muito tempo, não apenas vários dias ou semanas, mas talvez meses ou um ano”.
Recorde-se que o Harvey causou pelo menos 71 mortes e cheias na cidade de Houston, deixando danificadas mais de 200 mil casas e provocando prejuízos superiores a 83 mil milhões de euros.
Donald Trump já se mostrou preocupado com a situação e garante que pretende visitar o estado da Flórida assim que for possível.
Artigo atualizado às 15h19
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