Santander oferece obrigações a acionistas do Popular que renunciem a ações judiciais
Emissão de obrigações perpétuas vai permitir aos pequenos acionistas e obrigacionistas do Banco Popular participar sem terem de pagar qualquer valor.
O espanhol Santander vai realizar uma emissão de obrigações perpétuas na qual os pequenos acionistas e obrigacionistas subordinados do Banco Popular poderão participar sem terem de pagar qualquer valor, desde que renunciem a colocar ações judiciais. Esta proposta faz parte do folheto da emissão de obrigações registada na espanhola Comissão Nacional de Valores Mobiliários, que começa na quarta-feira e decorre até 7 de dezembro.
Segundo a informação ao mercado, citada pela EFE, os investidores do Banco Popular poderão comprar estas “obrigações de fidelização” do Santander sem que tenham de fazer qualquer desembolso, se aceitarem renunciar a ações legais contra o Banco Santander, o Popular e suas filiais.
Os investidores que podem participar são aqueles – empresas ou particulares – que participaram no último aumento de capital do Banco Popular realizado ainda este ano, antes da resolução, excluindo investidores institucionais, e os obrigacionistas subordinados.
Estas obrigações, a que o Santander chama “de fidelização”, oferecem um juro anual de 1% durante os sete primeiros anos face ao valor nominal, a contar desde 15 de dezembro de 2017, sendo o pagamento trimestral. Já a partir do sétimo ano, o rendimento é calculado de forma mais complexa (ligada a ‘swaps’ financeiros).
Contudo, por várias circunstâncias, o Santander pode decidir não remunerar estes títulos e até amortizá-los a partir do sétimo ano, com a autorização do Banco Central Europeu. Esta oferta tem um valor nominal de 981 milhões de euros.
Caso os investidores do Popular aceitem esta oferta do Santander, a compensação que recebem depende do investimento feito, sendo que o Santander devolverá 100% de qualquer investimento até 100 mil euros e 75% aos que passam esse valor até 500 mil euros.
Quando são investimento superiores, até um milhão de euros, o valor é de 50%.
Assim, apesar de o banco emitir nesta oferta 981 milhões de euros em obrigações, o valor máximo que terá de assumir é 680 milhões.
Os valores têm de ficar depositados na rede do Popular ou do Santander e os investidores manterem uma relação comercial com o banco semelhante a que tinham quando compraram as ações ou obrigações subordinadas.
Em 06 de junho, o Banco Central Europeu (BCE) decretou que o espanhol Banco Popular não era viável e determinou a sua resolução, tendo então o espanhol Santander acordado comprar o Banco Popular pelo preço simbólico de um euro.
Para permitir a compra, o Conselho de Administração do Banco Santander concordou com um aumento de capital de sete mil milhões de euros, garante do capital e das provisões necessárias para que o Banco Popular possa operar com normalidade.
Esta operação tem impacto em Portugal, onde o Santander detém o Santander Totta, pelo que foi conhecido então que o Santander Totta ia integrar a operação do Banco Popular Portugal, incluindo os seus 1.000 trabalhadores.
Em 08 de agosto, no dia em que a Comissão Europeia deu a aprovação final à compra do Banco Popular pelo Santander, fonte oficial do Santander Totta disse à Lusa que o banco ia então avançar com os procedimentos formais para a compra do Popular Portugal e para a fusão legal e das marcas.
Na semana passada, o Santander Totta aprovou a compra da operação em Portugal do Banco Popular, na sequência do resgate do espanhol Banco Popular e aquisição pelo grupo Santander.
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