Mudanças no Montepio podem levar à saída de Félix Morgado
Depois da OPA, a Associação Mutualista está a considerar fazer mudanças na administração do Montepio Geral. Alterações que podem levar à saída do presidente do banco, José Félix Morgado.
A Associação Mutualista quer fazer alterações no conselho de administração do Montepio. Depois de concluída a Oferta Pública de Aquisição (OPA), o conselho geral da dona do banco vai reunir-se na próxima terça-feira para discutir se a administração liderada por José Félix Morgado é “adequado”. O presidente do Montepio pode estar de saída.
O Jornal Económico (acesso pago) avança que, segundo fontes ligadas ao processo, o presidente da Associação Mutualista, Tomás Correia, não conta com Félix Morgado para a nova fase do banco. Foi ontem que o Montepio Geral passou a sociedade anónima, passando a ter apenas ações. De acordo com estas fontes, o presidente do Montepio Geral “não tem o perfil social” necessário para transformar a instituição num banco social. Na administração não se sabe de nenhuma alteração. Já fonte da Associação Mutualista não comenta.
Num esclarecimento enviado à redação, a entidade refere que a informação veiculada não está correta, já que “nenhum dos pontos da ordem do dia contempla a abordagem de quaisquer matérias relativas ao conselho de administração executivo da Caixa Económica Montepio Geral”. Os pontos da próxima reunião incluem “informação sobre a OPA e desenvolvimentos subsequentes; transformação da CEMG em sociedade anónima e outros assuntos”.
O banco Montepio é agora uma sociedade anónima — os novos estatutos foram esta quinta-feira aprovados em assembleia e ratificados pela Associação Mutualista, que detém agora 99,7% da instituição. Fecha-se a porta da bolsa, abre-se uma janela: com o Fundo de Participação convertido em capital social, novos acionistas podem agora espreitar.
Tomás Correia acredita que este passo é um avanço na possibilidade de negociação com “os diversos parceiros da economia social que queiram participar neste projeto“, afirmou o próprio durante a apresentação de resultados do banco. Na perspetiva do presidente da Associação, “o país precisa de um grupo financeiro social forte“.
A participação da Santa Casa no capital da Caixa Económica Montepio Geral é uma hipótese há muito discutida. Esta, que “não será necessariamente uma aventura” — nas palavras de Santana Lopes –, ficou mais próxima com a recente parceria para “o desenvolvimento nacional da economia social”. Um protocolo assinado no final de junho que já vinha abrir a possibilidade da entrada da Santa Casa na CEMG.
Elisa Ferreira, a agora vice-governadora do Banco de Portugal, afirmou na altura na qualidade de administradora do banco central que existem mais interessados no banco de Félix Morgado para além da Santa Casa.
(Notícia atualizada às 11h58 com esclarecimento)
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