Eucalipto não é o culpado pelos incêndios, diz a Associação da Indústria Papeleira
A Associação da Indústria Papeleira defende que o problema dos incêndios em Portugal não deve ser atribuído ao eucalipto. Mas à falta de gestão da floresta e do "incendiarismo".
A Associação da Indústria Papeleira defende que o problema dos incêndios em Portugal não deve ser atribuído ao eucalipto, mas à falta de gestão da floresta e do “incendiarismo”, disse hoje à Lusa um representante.
“É uma questão da gestão, não é da espécie em concreto. O que não falta no país são exemplos de incêndios que ocorrem em áreas agrícolas e em áreas florestais com outras espécies que não o eucalipto. O fator comum a todos os incêndios é sempre a falta de gestão”, afirmou Henrique Vieira, colaborador da Associação da Indústria Papeleira (CELPA).
"É uma questão da gestão, não é da espécie em concreto. O que não falta no país são exemplos de incêndios que ocorrem em áreas agrícolas e em áreas florestais com outras espécies que não o eucalipto. O fator comum a todos os incêndios é sempre a falta de gestão.”
Em declarações à Lusa, em Fafe, onde hoje aquela associação promoveu uma sessão de esclarecimento no âmbito do projeto “Melhor Eucalipto”, Henrique Vieira sublinhou que o flagelo dos incêndios tem também a ver com “o elevadíssimo número de ignições no país”. “Isto não é só um problema da floresta, é também um problema social, é um problema de incendiarismo“, disse.
A ligação que às vezes se faz do eucalipto à ocorrência dos incêndios florestais é um tema que a CELPA, anotou, tem procurado “desmistificar”: “Onde há gestão, o fogo tem uma probabilidade muito menor de ocorrer e onde ocorre é com menos intensidade e causa menores estragos. Onde não há gestão, o que infelizmente se observa por inúmeras razões em boa parte do país, leva a estas condições catastróficas que se verificam ano após ano”.
Para o representante da associação, “o património das empresas associadas da CELPA é um excelente exemplo desse fator gestão, que é uma gestão profissional”. “Se formos ver as estatísticas, em média arde menos de 1% anualmente do património gerido por estas empresas. Isto é um valor que só por si já diz tudo”, destacou, recordando que cerca de 200 mil hectares de floresta, a maioria de eucalipto, são geridos pelas empresas associadas da CELPA.
O projeto “Melhor Eucalipto”, que foi iniciado em 2015, “tem como principal objetivo partilhar a experiência que a CELPA e as suas empresas associadas adquiriram ao longo de várias décadas de prática e de investigação na silvicultura do eucalipto”. “Desse modo, podermos ajudar os proprietários florestais, especialmente em regiões de minifúndio a melhorar a gestão das suas áreas de eucalipto e de produtividade da sua floresta”, explicou.
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