Boom da bolsa cria mais de um milhão de novos milionários

O mundo tem mais ricos. E a “culpa” é da bolsa. Em 2016, mais de um milhão de pessoas (1,15 milhões) tornaram-se milionárias, o que representa um crescimento de 7,5% face ao ano anterior, atingindo-se assim um novo recorde. Quase 17 milhões de pessoas (16,5 milhões) são agora consideradas indivíduos de elevado património líquido (HNWI), segundo consultora CapGemini. Destas, 12 mil são portuguesas.

A riqueza controlada pelo grupo de milionários a nível global — o estudo considera HNWI a posse de um milhão de dólares (excluindo a residência, coleções e bens de consumo) — foi, no ano passado, de 63,5 biliões de dólares. No total, o património liquido detido por estes indivíduos cresceu 8,2%. Está a evoluir a passos largos para atingir, em 2025, os 100 biliões de dólares.

A forte valorização do mercado acionista é assinalado pela Reuters como causa para esta evolução. No último ano, perante o crescimento da economia global, numa altura em que os bancos centrais continuam a injetar liquidez no mercado, as bolsas registaram fortes valorizações, estando muitos índices bolsistas em níveis recorde.

Estados Unidos, Japão, Alemanha e China ocupam os lugares cimeiros da lista dos países com mais milionários. Juntos, estes países possuem dois terços da riqueza global. A novidade de 2016 foi a ultrapassagem do Reino Unido pela França, no top 5 relativo ao número de milionários. A recuperação do mercado imobiliário é apontada como justificação para o sucesso francês.

Contactada pelo ECO, a CapGemini adiantou que o número de milionários em Portugal cresceu 0,8%, cerca de um décimo do que foi registado a nível mundial. Segundo a consultora, ainda que não exista um estudo específico sobre a realidade portuguesa, é possível verificar que o número de HNWI subiu de 11.900 para 12.000, no último ano.