Líder catalão abre caminho a independência unilateral
O líder catalão Carlos Puigdemont afirma que o referendo, considerado ilegal por Madrid, deu à Catalunha o direito a ser um Estado. Mais de 800 pessoas ficaram feridas em confrontos.
Carles Puigdemont, líder da região catalã, afirmou este domingo que o referendo considerado ilegal pelo Estado espanhol garantiu à Catalunha o direito a ser um país independente, abrindo caminho a uma declaração unilateral de independência.
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“Hoje, com esta jornada de esperança e também de sofrimento, os cidadãos da Catalunha ganharam o direito a ter um Estado independente que se constitua em forma de república”, sublinhou, numa declaração no Palau, a sede do governo, acompanhado pelos membros do executivo regional.
Puigdemont anunciou que enviará, “nos próximos dias”, ao parlamento catalão “os resultados” da consulta de hoje, para que “atue de acordo com o que está previsto na lei do referendo”. No entanto, os resultados em si ainda não foram divulgados.
Mariano Rajoy, num discurso feito poucas horas antes, disse aos espanhóis que o referendo tinha sido ilegal, e apelou aos independentistas que “renunciem a dar novos passos que não levam a lado nenhum”.
O referendo, afirmou Mariano Rajoy, foi “uma burla à própria essência da democracia”, e quanto aos feridos e ao conflito que se viu nas ruas catalãs, responsabilizou com clareza os promotores da campanha independentista. “Não procurem mais culpados, não há”.
Mais de 800 feridos na Catalunha
Os serviços de saúde catalães elevaram para 844 o número de feridos em consequência da intervenção das forças de segurança para impedir o referendo independentista, dos quais dois estão em estado grave. De acordo com o departamento de saúde da Generalitat, estas 844 pessoas foram atendidas por elementos do sistema de emergências médicas, em centros de atendimento permanente e em hospitais.
Os dois feridos graves estão internados em hospitais da capital catalã. Um deles foi ferido num olho pelo impacto de uma bala de borracha, durante uma carga da Polícia Nacional junto à escola Ramon Llull de Barcelona. A outra vítima em estado grave é um homem de cerca de 70 anos que sofreu uma paragem cardiorrespiratória quando a polícia evacuou uma assembleia de voto no bairro de Mariola, em Lleida.
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