Catalunha dita perdas de 1% à bolsa de Madrid. Europa passa ao lado
Investidores temem instabilidade política causada pelo referendo. Banca, com Sabadell e CaixaBank à cabeça, concentram as atenções e os receios. Os dois títulos lideram as perdas do IBEX.
As imagens de violência nas ruas da Catalunha envolvendo a polícia e manifestantes estão espalhadas pelo mundo, mas as bolsas europeias acordaram alheias a esse movimento. Em Espanha, a expectativa sobre como abriria o principal mercado era grande, e este correspondeu aos receios dos investidores. O IBEX 35 arrancou no vermelho, onde ainda se mantém. O índice de referência da bolsa de Madrid está a cair cerca de 1%, em contraciclo com o resto da Europa. Também os juros da dívida espanhola aceleram perante o aumento da perceção de risco.
O IBEX segue a desvalorizar 1,16%, naquele que é o pior registo em quase dois meses. As atenções no mercado espanhol estão viradas para a banca, que esta manhã está a penalizar o índice, mas apesar de tudo é o Sabadell e o CaixaBank, este último, o maior acionista do BPI, que concentram todos os olhares. O Sabadell perde perto de 5%, enquanto o CaixaBank desliza acima de 3%, ambos a liderar as perdas do índice espanhol. As duas instituições têm sede em Barcelona, mas não serão as únicas a ser penalizadas. Os analistas de KBW consideram que se o governo catalão declarar unilateralmente a independência isso terá um impacto negativo sobre todos os bancos espanhóis, independentemente da sua exposição à Catalunha.
A banca de resto, está atenta de tal modo que os funcionários bancários estariam mesmo em alerta para ter que acudir aos balcões, caso algo de anormal acontecesse, ou até mesmo se se verificasse um levantamento massivo de dinheiro das caixas multibanco, mas o fim de semana, a esse nível, foi considerado de normalidade.
Os analistas espanhóis preveem um período de volatilidade e de incerteza como consequência da situação na Catalunha. Aliás, a própria Standard & Poor’s, que na passada sexta-feira confirmou o rating de Espanha em BBB+ com perspetiva positiva, devido ao fortalecimento do crescimento económico que se situa nos 3%, alertava para o impacto que a tensão entre o governo central e a Generalitat da Catalunha, podem ter no confiança das empresas e dos próprios investidores e por inerência nas perspetivas de crescimento da economia espanhola.
A situação leva mesmo Manuel Martín-Muñio, diretor-geral da Norbolsa, em entrevista ao jornal espanhol Cinco Días, a afirmar que: “A situação na Catalunha nos faz a todos ser mais prudentes com a bolsa espanhola, apesar de estar ser uma das mais atrativas da Europa”.
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