Jerónimo de Sousa: “Futuro do Governo do PS está nas mãos do próprio PS”

  • Lusa
  • 3 Outubro 2017

O secretário-geral do PCP afirma que "estamos perante um Governo minoritário", não existindo "nenhum acordo parlamentar ou com o Governo".

O líder comunista, Jerónimo de Sousa, afirmou que o futuro do Governo minoritário do PS segue nas mãos daquele partido, conforme continue a repor rendimentos, direitos e esperança aos trabalhadores e ao povo, único compromisso do PCP.

“Nós, no quadro da posição conjunta, esse compromisso será assumido, mas o que determinará o futuro do Governo do PS está nas mãos do próprio PS. Se viesse a tese de que temos de parar ou de andar para trás, seria um retrocesso de grande gravidade, na medida em que quebraria as justas expectativas que o povo português tem”, disse o secretário-geral, após a reunião do comité central.

Em conferência de imprensa de mais de meia hora, na sede nacional do PCP, o líder comunista acentuou que “um dos elementos novos das eleições de há dois anos foi uma certa reposição da esperança do povo português em ter uma vida melhor e de acabar com aquele inferno de, semana sim, semana sim, ter mais um corte, uma restrição a um rendimento ou direito”.

“Esta solução será tanto mais duradoura conforme der resposta positiva a esses anseios e aspirações”, continuou, questionado sobre a possibilidade de legislativas antecipadas, após os resultados negativos da CDU, que junta comunistas, ecologistas e independentes nas autárquicas de domingo.

A CDU teve um dos piores resultados de sempre em eleições autárquicas baixando de 34 para 24 presidências de municípios. Já o PS garantiu o melhor resultado desde 1976, conquistando sozinhos 159 das 308 câmaras.

“Em relação ao Governo, se tiramos ou não o tapete… Estamos perante um Governo minoritário, não existe nenhum acordo parlamentar ou com o Governo. Existe uma posição conjunta que define o grau de compromisso. Cada partido mantém a sua independência. Não estamos condicionados ou amarrados a um acordo”, insistiu, citando o exemplo do voto contra no caso da resolução do Banif.

Segundo Jerónimo de Sousa, o “primeiro e principal compromisso é com trabalhadores e povo portugueses e não com o Governo do PS“, embora, com humor, tenha recusado estar a atacar os socialistas com as suas palavras, muito menos “traçar linhas vermelhas”.

“Não tenho, nem o comité central, um fixismo em relação à posição conjunta. Até admito que não haja uma posição conjunta e se alcance questões e matérias no plano da justiça social e do progresso do país”, afirmou o líder comunista, apontando o aumento extraordinário de 10 euros nas pensões de reforma, que “não estava na posição conjunta”, tal como “o fim do corte do subsídio de desemprego”.

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