Taxa sobre energia pode prolongar-se “para sempre”

  • Rita Atalaia
  • 17 Outubro 2016

O Haitong diz que as suas previsões já incorporam a taxa extraordinária que a Galp Energia, EDP e REN vão continuar a pagar em 2017. Aumentam os receios de a taxa poder "durar para sempre".

O Haitong diz que estão a aumentar os receios de que a taxa extraordinária que o setor energético vai continuar a pagar no próximo ano deixe de ser temporária e seja “para sempre”. Esta taxa que a Galp Energia, EDP e REN têm de pagar foi definida como extraordinária em 2014, mas continuou a ser cobrada em 2015, 2016 e 2017. O imposto atinge 0,85% dos ativos energéticos líquidos e representa 62 milhões de euros para a EDP, 26 milhões para a REN e 27 milhões para a Galp Energia.

“Em relação ao prolongamento da CESE [contribuição extraordinária sobre o setor energético], consideramos que é neutral em relação às expectativas, uma vez que este era o nosso principal cenário. Já incorporámos esta taxa nas nossas estimativas para a EDP, REN e Galp Energia até 2019. No entanto, os mais pessimistas dizem que isto pode ser negativo para o sentimento, já que os receios sobre um ‘evento extraordinário que vai durar para sempre‘ começam a aumentar”, diz o banco numa nota de research.

"Em relação ao prolongamento da CESE [contribuição extraordinária sobre o setor energético], consideramos que é neutral em relação às expectativas, uma vez que este era o nosso principal cenário. Já incorporámos esta taxa nas nossas estimativas para a EDP, REN e Galp Energia até 2019.”

Haitong

Para a Galp, esta medida é neutra uma vez que o banco já tinha incluído esta possibilidade nas projeções. No caso da EDP, o banco considera que há pontos positivos e negativos. Mas o efeito geral também é neutro. Já para a REN, o Haitong diz que está em linha com as suas previsões e, por isso, não há impacto na visão do banco para a energética.”Continuamos compradores e a acreditar que esta é uma boa oportunidade para fortalecermos as posições”, refere o banco.

O BPI concorda com o Haitong e diz que esta medida é neutra para a EDP e para a REN. Isto apesar da tarifa proposta ficar abaixo do esperado. A tarifa proposta pelo regulador de 1,2% fica aquém do intervalo entre 1,5-2,0%, que é “considerado adequado pela ERSE [Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos] e pela EDP para eliminar o défice tarifário até 2021”.

Renováveis escapam à taxa

“Para a EDP Renováveis, a confirmação de que a CESE não vai prolongar-se para as renováveis é positiva, mas isto pode ser ofuscado em 2017 pelo possível impacto negativo de sobrecompensações anteriores dos produtores em regime especial”, que também pode penalizar os ativos eólicos, diz o Haitong. Considera-se produção em regime especial (PRE) a produção de energia elétrica através de recursos endógenos, renováveis e não renováveis, de tecnologias de produção combinada de calor e de eletricidade (cogeração) e de produção distribuída, de acordo com a ERSE.

Há muita incerteza sobre este indicador, por isso é difícil dizer agora qual é o efeito geral para a EDP Renováveis”, acrescenta o banco.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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