Incêndios de outubro “constituem o maior sinistro da história da atividade seguradora”
Danos causados pelos incêndios de 15 e 16 de outubro originaram a participação de mais de dois mil sinistros, revela Associação Portuguesa de Seguradores (APS).
Os danos causados pelos incêndios de 15 e 16 de outubro levaram já à participação de mais de dois mil sinistros, com as perdas seguras a ascenderem a 200 milhões de euros, revelou esta sexta-feira a Associação Portuguesa de Seguradores (APS).
“Os danos causados pelos incêndios de 15 e 16 de outubro constituem o maior sinistro da história da atividade seguradora em Portugal”, realçou em comunicado a entidade liderada por José Galamba de Oliveira, após a primeira avaliação dos danos cobertos por contratos de seguro na sequência dos trágicos incêndios ocorridos a 15 e 16 de outubro na região centro e norte do país.
“Numa primeira avaliação, as perdas seguras atingem valores da ordem dos 200 milhões de euros, tendo sido, até ao momento, participados mais de dois mil sinistros, mas estes números devem aumentar”, avançou a APS.
E acrescentou: “As seguradoras estão no terreno a recolher as informações necessárias para a gestão dos sinistros e pretendem regularizar os mesmos o mais rapidamente possível para que as pessoas e as empresas que, responsavelmente, seguraram os seus bens e património, possam retomar a normalidade possível nas suas vidas“.
Segundo a APS, “para além de assumirem, desde logo, o pagamento das indemnizações devidas, as empresas de seguro decidiram, igualmente, proceder ao reforço do Fundo Solidário que foi constituído por ocasião dos incêndios de Pedrógão Grande e, com base nos mesmos critérios, apoiar solidariamente os familiares das pessoas falecidas e os feridos graves que resultaram destes incêndios, privilegiando as situações em que não existe cobertura de seguros”.
A entidade que representa o setor segurador salientou que “a constituição deste Fundo e o seu reforço assumem um caráter marcadamente excecional”.
Em comunicado, José Galamba de Oliveira, presidente da APS, considerou que “importa encontrar soluções estruturais ao nível da prevenção, da literacia, da capacidade de avaliação e antecipação dos riscos, do ordenamento do território e da floresta, da repressão penal de condutas criminosas e outras que sejam aptas a contribuir para a mitigação dos efeitos das catástrofes, para a minimização dos seus impactos humanos e económicos, e para apoiar as populações que vierem a ser afetadas”.
Ainda de acordo com o líder da APS, “o setor segurador manifesta, desde já, neste contexto, a sua disponibilidade para ser parte dessas soluções no quadro daquele que é o objeto próprio da sua atividade, tal como sucede na generalidade dos países europeus”.
As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15 de outubro, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos, perto de uma dezena dos quais graves.
Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.
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