Governo cria certificados de curto prazo para as PME

António Costa diz que vai adotar duas medidas para apoiar a capitalização das empresas, ao abrigo do programa “Capitalizar”. Num discurso proferido no Via Bolsa, o primeiro-ministro diz que é necessário encontrar novas formas de financiar as empresas.

“No curto prazo, vamos lançar duas iniciativas que visam reforçar os incentivos às empresas. A primeira é a criação dos certificados de curto prazo que se destinam ao financiamento a PME, que são instrumentos de dívida de curto prazo elegíveis para fundos harmonizados e fundos de pensões. A segunda iniciativa visa criar a figura de empresas de fomento à economia”, sociedades que possam investir no capital de empresas de dimensão reduzida, diz o primeiro-ministro.

“É preciso encontrar novas formas de financiar as empresas. Apesar da política de baixas taxas de juro é do BCE, as empresas continuam a ter dificuldade em aceder a crédito face às concorrentes de outros países.” Esta foi uma das frases que marcou o arranque do discurso do primeiro-ministro. António Costa destacou que o programa do governo assenta em seis pilares que visam mudar estruturalmente a estratégia de longo prazo da economia. “Uma delas é capitalizar as empresas (…) é preciso identificar soluções que permitam melhorar o processo de financiamento às empresas e resolver os problemas de incumprimento das empresas”, explica o primeiro-ministro.

Na proposta de Orçamento do Estado para 2017 já foram identificadas algumas medidas. A versão preliminar estende a 7% o desconto sobre o lucro tributável e alarga a mais empresas o benefício fiscal sobre a constituição de sociedades ou aumentos de capital. As pequenas e médias empresas que se instalem no interior do país também vão ter benefícios fiscais. Para além disso, um investimento a partir de 10 mil euros numa pequena ou micro empresa dá descontos no IRS.

Temos de despertar o interesse dos investidores

Maria João Carioca diz que atrair capital passa por haver interesse e despertar o interesse dos investidores. A presidente da Euronext diz que é preciso dar visibilidade às alternativas e à forma como podemos caminhar para o mercado.

“Este não é o momento para ter elefantes no meio da sala. Esperamos que está seja uma oportunidade para trazer a bolsa para mais perto das pessoas”, diz Maria João Carioca.

Questionada sobre em que altura pode fazer sentido capitalizar e de que forma, a presidente diz que “temos registado interesse público nesse tema é queremos ter um papel nesse âmbito. Encontramos ecos positivos nesse sentido no Orçamento de Estado para 2017. Nomeadamente em matéria de prática fiscal e de tratamento e incentivos a startups, o que é francamente positivo e benéfico”.