Incêndios de outubro pesam mais de um terço nas indemnizações da última década
Na última década, as indemnizações decorrentes de catástrofes naturais deram uma despesa de 571 milhões de euros às seguradoras. Os incêndios deste outubro são responsáveis por um terço desta conta.
Os incêndios de outubro colocam 2017 como o pior ano em termos de estragos com catástrofes naturais. As indemnizações pagas pelas seguradoras na sequência da tragédia dos dias 15 e 16 foram de 200 milhões de euros: este número, provisório, já ultrapassa um terço da despesa total com catástrofes naturais nos últimos dez anos.
A Associação Portuguesa de Seguradores avança o número que, embora provisório, excede as indemnizações atribuídas em 2010, quando se deu a tempestade que afetou mais de 500 casas e 300 empresas na Madeira. Os 200 milhões dos incêndios de outubro somam assim aos 22,4 milhões em indemnizações que foram necessários para cobrir os eventos de Pedrógão Grande, avança o Dinheiro Vivo.
[Em 2017 deflagraram] 3.639 incêndios florestais e 12.974 fogachos que resultaram em 418.087 hectares de área ardida de espaços florestais, entre povoamentos e matos
Mas não é só em termos de indemnizações que os números impressionam. O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas diz que 2017 foi o ano com a maior área ardida desde 2007: 407% acima da média da década. Até ao dia 16 de outubro, registaram-se “3.639 incêndios florestais e 12.974 fogachos que resultaram em 418.087 hectares de área ardida de espaços florestais, entre povoamentos e matos”, assinala o instituto.
Enquanto a situação que ocorreu em Portugal foi de facto anormal e extraordinária, as perdas – sinistros – para as seguradoras fazem parte do seu negócio
Segundo a consultora Deloitte, as seguradoras devem ser ativas na prevenção, embora as perdas façam parte do modelo de negócio. “Enquanto a situação que ocorreu em Portugal foi de facto anormal e extraordinária, as perdas – sinistros – para as seguradoras fazem parte do seu negócio”, disse João Sales Caldeira, sócio da Deloitte Portugal, ao Dinheiro Vivo.
A mesma fonte defende que “o setor segurador pode e deve ter um papel ativo neste processo, podendo promover o investimento em tecnologia que permita antecipar riscos e alertar para potenciais situações de alarme, tal como já é feito em outros ramos do mercado segurador”.
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