Portugal paga juro mais baixo de sempre num leilão a dez anos: 1,939%
Portugal conseguiu os 1.250 milhões de euros que pretendia no leilão de dívida a dez anos que contou com a taxa de juro mais baixa de sempre: 1,939%.
Portugal nunca tinha pago tão pouco num leilão de dívida a dez anos. Os investidores aceitaram comprar as obrigações do Tesouro português com um juro de 1,939%, o mais baixo de sempre, numa altura em que as taxas no mercado secundário estão em mínimos de 2015 fruto dos sinais positivos da economia, da subida do rating e das compras do Banco Central Europeu (BCE).
Na operação de financiamento realizada esta quarta-feira, um dia depois da taxa a dez anos ter baixado dos 2% nos mercados, o IGCP recebeu ofertas para 1.962 milhões de euros, acabando por colocar os 1.250 milhões de euros em obrigações do Tesouro (OT) que pretendia, mas com um juro muito baixo, o menor de sempre para esta maturidade.
"Foi um resultado fenomenal para o nosso nível de risco e para a alavancagem da nossa economia.”
A taxa de 1,939% representa uma poupança expressiva face aos últimos leilões que a agência liderada por Cristina Casalinho tem realizado nesta maturidade. A última operação a dez anos realizada este ano foi no mês passado, a 13 de outubro, antes da apresentação da proposta de Orçamento do Estado (OE). Foram emitidos 750 milhões de euros em OT com maturidade em 2027, pelos quais o país aceitou pagar uma taxa de 2,327%.
“Foi um resultado fenomenal para o nosso nível de risco e para a alavancagem da nossa economia. Portugal ser capaz de endividar-se a 10 anos a uma taxa de 1,9 por cento era algo que não imaginávamos ver. Representa uma excelente poupança em juros para o país, que assim baixa o custo médio da sua dívida. É que não é só o juro ser baixo, trata-se de dívida longa”, diz João Queiroz, diretor da banca online do Banco Carregosa.
O juro obtido fica também abaixo do mínimo histórico até agora, atingindo em fevereiro de 2015. Nessa altura realizou um leilão a dez anos, mas a taxa obtida por 1.500 milhões acabou por ficar em 2,0411%, segundo dados do IGCP. Agora paga ainda menos, beneficiando dos sinais positivos da economia, bem como da evolução do rácio da dívida pública. O rating fora de lixo ajuda.
“As razões para esta descida são conhecidas: a melhoria no rating da S&P, a eventual melhoria da notação dada pelas outras agências, as boas notícias da economia portuguesa mas, acima de tudo isto um fator mais importante: as taxas das dívidas soberanas europeias tem estado a corrigir e nós aproveitamos esse contexto. Não é só um efeito em Portugal. Aliás, isso vê-se nas taxas que estão a ser feitas no mercado secundário que rondam hoje os 1,955%”, nota João Queiroz.
(Notícia atualizada às 11h20 com mais informação)
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