Novo Banco agrava prejuízos para 419,2 milhões de euros antes da venda ao Lone Star
O banco liderado por António Ramalho registou prejuízos de 419,2 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.
O Novo Banco registou prejuízos de 419,2 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Um desempenho que, segundo o banco, se justifica com a deterioração do resultado operacional e da margem financeira. Estes foram as últimas contas apresentadas enquanto banco de transição, já que foi vendido ao Lone Star.
“O Grupo Novo Banco apresentou um resultado negativo antes de impostos de 355,6 milhões de euros, melhor em 34,7% do que o resultado homólogo de 2016″. Nos primeiros nove meses do ano passado, o resultado foi de 544,5 milhões de euros. “Mas, face à decisão de não registar impostos diferidos adicionais, apresenta um resultado líquido negativo de 419,2 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2017, pior em 8,9% do que o valor homólogo [de 384,8 milhões]”, lê-se num comunicado enviado pelo banco à CMVM.
"O Grupo Novo Banco apresentou um resultado negativo antes de impostos de 355,6 milhões de euros, melhor em 34,7% do que o resultado homólogo de 2016. Mas, face à decisão de não registar impostos diferidos adicionais, apresenta um resultado líquido negativo de 419,2 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2017, pior em 8,9% do que o valor homólogo.”
Segundo os números revelados pelo banco, o resultado operacional foi de 207,6 milhões de euros, o que fica abaixo dos 217,7 milhões registados no mesmo período do ano passado. A instituição financeira liderada por António Ramalho explica que para este resultado contribuiu negativamente a deterioração da margem financeira. Mas que foi compensada pela “evolução das comissões”, que subiram 12%.
Olhando para a carteira de crédito, houve uma redução de “cerca de 2,1 mil milhões de euros”, na qual o banco salienta a descida de 1,6 mil milhões dos NPL [crédito malparado]. A instituição destaca ainda o aumento das imparidades na ordem dos 563,2 milhões de euros. “Ainda assim menos cerca de 200 milhões” em comparação com o período homólogo. “Assim as imparidades sobre NPL subiram 3,8 pontos percentuais para 51,9%.”
Os depósitos também aumentaram 5,3%. Ou seja, “um crescimento de cerca de 1,3 mil milhões num ano”, diz o banco. “Os recursos totais de clientes chegaram aos 36,6 mil milhões de euros, correspondendo a um crescimento homólogo de 1,6%”, refere. A instituição financeira também conseguiu reduzir os custos em 12,4%, “com especial destaque para os gastos gerais administrativos com uma queda de 13,7%”.
Rácios deterioram-se, mas melhoram com a venda ao Lone Star
Com o agravamento dos prejuízos, os rácios de capital caíram. “O Novo Banco terminou o terceiro trimestre com um rácio de capital CET1 de 10,9% e total capital de 11,1%, que fully implemented seria de 9,7% e 10,1% respetivamente”, explica o banco.
No entanto, 18 dias depois destes resultados, o banco foi vendido ao fundo norte-americano Lone Star. Neste processo, houve um reforço da capitalização da instituição liderada por António Ramalho.
“Assim, a 4 de outubro, o banco procedeu com sucesso à realização de uma operação de Liability Management Exercise (LME) sem diluição de capital que permitiu um acréscimo de capital upfront estimado de 217 milhões de euros e, a 18 de outubro, a um aumento de capital de 750 milhões realizado pela empresa Nani Holdings (que será reforçado em mais 250 milhões até ao final do ano), o que reforça significativamente o capital do banco“, lê-se no comunicado.
(Notícia atualizada às 20h12 com mais detalhes)
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