Centro quer reerguer-se. “Cresceremos seguramente acima dos dois dígitos”
A região, que será o destino convidado da próxima BTL, tem já marcados vários eventos de grande dimensão para 2018 e espera voltar a crescer acima de dois dígitos em número de dormidas.
O Centro do país vai apoiar-se no turismo para se reerguer depois dos incêndios de junho e de outubro que afetaram a região. O Centro será o “destino convidado” da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) de 2018 e a entidade de turismo da região vai reforçar a aposta na diversidade da oferta para continuar a crescer ao mesmo ritmo que foi registado este ano, acima dos dois dígitos.
O anúncio do destino convidado da BTL do próximo ano foi feito, esta quinta-feira, por Fátima Vila Maior, diretora da área de feiras da Feira Internacional de Lisboa (FIL), à margem do 43º Congresso Nacional da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que este ano decorre em Macau.
“Algumas situações criadas este ano levam a que faça todo o sentido que a escolha recaia sobre este destino. Houve um grande mediatismo sobre a região, depois dos incêndios, e queremos que esse mediatismo não fique só pelos meses a seguir, queremos que seja transportado para o ano de 2018″, explicou Fátima Vila Maior.
"Houve um grande mediatismo sobre a região, depois dos incêndios, e queremos que esse mediatismo não fique só pelos meses a seguir.”
Também presente no congresso, Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal, sublinhou a importância da BTL, “a maior montra de promoção a nível nacional”, e disse que a região vai aproveitar o destaque para “mudar a perceção de que o Centro foi todo atingido e de que não reúne condições para receber turistas”.
“O Centro de Portugal foi atingido, mas continua com infraestruturas, oferta, produtos e marcas que podem e devem continuar a ser promovidos e que estão em perfeitas condições para continuar a afirmar-se como destino turístico”, salientou o responsável, acrescentando que esta será a oportunidade para que “o país possa ultrapassar a imagem que, durante tanto tempo, foi transmitida pelos meios de comunicação, de um território que estava massacrado pela tragédia dos incêndios, mas que se está a reerguer”.
Assim, Pedro Machado sublinha que o Centro vai manter a tendência de crescimento que tem vindo a verificar-se este ano. No conjunto de janeiro a setembro deste ano, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a região totalizou 4,4 milhões de dormidas, o que corresponde a um aumento homólogo de 13,5%, o segundo crescimento mais expressivo do país, só atrás dos Açores.
“Há uma tendência de crescimento contínuo e 2018 irá confirmar esse crescimento. Se, em maio, havia a perspetiva de que esse crescimento se justificaria pelo centenário das aparições, setembro vem confirmar essa evolução. Cresceremos, seguramente, acima dos dois dígitos“, antecipa Pedro Machado.
"O Centro vai ter uma oportunidade para que o país possa ultrapassar a imagem que, durante tanto tempo, foi transmitida pelos meios de comunicação, de um território que estava massacrado pela tragédia dos incêndios, mas que se está a reerguer.”
Para além do destaque na BTL, há uma série de iniciativas de promoção do Centro. Desde logo, o reforço do turismo religioso, depois da visita do Papa Francisco a Fátima: “Normalmente, a visita de um Papa a uma cidade acrescenta, em média, um milhão de visitantes a esse destino. Teremos à volta de sete milhões de visitantes em Fátima no ano de 2017, o que significa que 2018 poderá ficar um pouco abaixo deste valor, mas ficará sempre acima dos 5,8 milhões de visitantes que tivemos em 2016″, aponta o presidente do Turismo do Centro.
Para o próximo ano, estão também marcados vários eventos de grande dimensão para a região, como a Cimeira Mundial da Saúde ou o Encontro Mundial das Famílias Católicas, que trará nove mil visitantes a Fátima. E, para lá do turismo religioso, o Centro vai continuar a aposta na diversidade da oferta: turismo desportivo, de natureza, de mar ou cultural.
O Centro procura ainda reerguer-se através da promoção dos seus produtos. “Foi feita uma recomendação aos associados da AHRESP [Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal] para que as empresas, preferencialmente, fizessem a aquisição de cabazes com produtos da região Centro, como mel, noz, castanha, azeite, ovos-moles, vidro ou porcelana”, detalhou Pedro Machado.
A jornalista viajou a Macau a convite da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT).
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Centro quer reerguer-se. “Cresceremos seguramente acima dos dois dígitos”
{{ noCommentsLabel }}