As reações dos partidos portugueses à eleição de Centeno
Mário Centeno vai ser presidente do Eurogrupo em fevereiro. Como reagiram os partidos à eleição do ministro das Finanças português?
O ministro das Finanças português, Mário Centeno, foi esta segunda-feira eleito presidente do Eurogrupo, o órgão europeu que reúne os titulares da pasta das Finanças dos países da Zona Euro. Centeno foi amplamente felicitado por várias figuras-chave da economia internacional, mas as reações também surgiram vindas dos principais partidos portugueses.
João Galamba, líder parlamentar do Partido Socialista (PS), disse que a eleição do ministro das Finanças português “é muito importante numa altura em que se discute o futuro da União Europeia”. “É por isso que nos congratulamos com esta decisão”, acrescentou. Para o deputado socialista, “não é o Eurogrupo que vem para Portugal, é Portugal que vai para o Eurogrupo”. Por isso, defendeu, a Europa já ultrapassou a fase em que “a única política possível” é “a austeridade”.
"Não é o Eurogrupo que vem para Portugal, é Portugal que vai para o Eurogrupo.”
Do Partido Comunista Português (PCP), a principal reação veio de João Ferreira. Confrontado pelos jornalistas sobre a posição do partido, o eurodeputado garantiu que, mesmo com a eleição de Centeno, “o PCP terá a mesma postura que teve até hoje de luta” contra os “constrangimentos que limitam” o país.
"O PCP terá a mesma postura que teve até hoje de luta [contra os] constrangimentos que limitam [o país].”
Do lado do Partido Social Democrata (PSD), Duarte Pacheco sublinhou que ser presidente do Eurogrupo “não é o mesmo que ser presidente da Comissão Europeia ou secretário-geral das Nações Unidas”, mas reconheceu que “é um cargo importante”. Além disso, defendeu, é “uma garantia de que as políticas de rigor e consolidação orçamental não vacilarão” e que vão “continuar no rumo que se iniciou em 2011”. “Se Portugal, em 2011, estava com um procedimento por défice excessivo, e se não tivesse iniciado aí um percurso de redução do défice, sem dúvida nenhuma que um compatriota nosso não alcançaria essa posição”, acrescentou o deputado.
"[Ser presidente do Eurogrupo] não é o mesmo que ser presidente da Comissão Europeia ou secretário-geral das Nações Unidas.”
Quanto ao Centro Democrático Social (CDS), a reação veio do deputado João de Almeida. “O Eurogrupo, por si, não tem uma política. Por isso, o que é fundamental e relevante são as posições que toma e aquilo que defende em relação àquilo que deve ser a postura europeia”, afirmou. Mas também sublinhou: “Não vejo, neste momento, que haja essa vantagem.” “As nossas divergências com o professor Mário Centeno e a sua gestão das Finanças Públicas têm muito mais a ver com questões de transparência” ao invés de questões europeias, acrescentou o centrista.
"As nossas divergências com o professor Mário Centeno e a sua gestão das Finanças Públicas têm muito mais a ver com questões de transparência.”
Ainda não são conhecidas reações por parte do Bloco de Esquerda (BE) que, a par com o PCP, é um dos partidos que suporta o Governo minoritário de António Costa na Assembleia da República.
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