Draghi elogia progressos em Portugal mas pede mais reformas
Presidente do Banco Central Europeu garantiu esta quinta-feira que Portugal ficará de fora do programa de compras se a DBRS cortar a notação da dívida.
Mario Draghi elogiou esta quinta-feira os “progressos notáveis” em Portugal, mas adiantou que o país precisa de fazer mais. “Foram alcançados progressos extraordinários em Portugal mas são necessárias mais reformas ambiciosas“, declarou o presidente do Banco Central Europeu (BCE), na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do Conselho de Governadores.
Sobre Portugal, Draghi garantiu que as obrigações nacionais ficarão de fora do radar do plano de compra de ativos no setor público (PSPP, na sigla inglesa) caso a agência canadiana DBRS cortar o rating da dívida portuguesa esta sexta-feira. É esta a única agência de notação financeira que considera a dívida nacional num grau de investimento, uma condição essencial para manter as obrigações elegíveis no âmbito do PSPP.
Durante a conferência, o presidente da autoridade monetária aproveitou para afastar alguns fantasmas em torno do plano de estímulos. Assegurou que não há escassez de títulos no mercado, depois do travão de compras de obrigações portuguesas em agosto ter deixado os investidores apreensivos quanto a uma eventual falta de liquidez no mercado de dívida nacional. “O problema da escassez não se coloca neste momento”, frisou Draghi.
Também respondeu que os governadores dos bancos centrais do Eurosistema não discutiram o prolongamento do plano de estímulos e que nem sabe se esse tema será ponto de agenda da próxima reunião do BCE, em dezembro, rejeitando qualquer cenário de abrandamento dos estímulos noticiado pela agência Bloomberg.
Ainda assim, questionado sobre o tema, Draghi não deixou de afirmar que, “se for necessário, o plano de compra de ativos vai prolongar-se além de março“, e afastou de forma clara um “final abrupto” desse programa. Sinais de que há disponibilidade da parte dos responsáveis da política monetária a estender os estímulos.
Face a estas declarações, os juros da dívida portuguesa recuavam na generalidade dos prazos. A taxa de juro associada às obrigações a dez anos, a referência no mercado, cedia mais de quatro pontos base até aos 3,154%, o nível mais baixo em mais de um mês. Esta queda assume particular evidência porque surge na véspera da decisão da DBRS.
(Notícia atualizada às 14h40 com mais informações sobre a conferência de Mario Draghi)
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