Lone Star contrata consultora para avaliar gestores do Novo Banco
O fundo Lone Star já é o dono maioritário do Novo Banco e contratou uma consultora para fazer uma avaliação da gestão e dos altos quadros do banco. O resultado poderá ditar mudanças na administração.
O fundo Lone Star entrou há dois meses no Novo Banco e uma das primeiras medidas do novo acionista foi contratar a consultora de recursos humanos Egon Zehnder para avaliar os administradores e a alta direção da instituição, apurou o ECO junto de fontes do banco. A avaliação ainda decorre e poderá prolongar-se por mais quatro meses, após a qual o Lone Star decidirá se mantém a atual administração ou procederá a mudanças.
A Egon Zehnder é uma consultora internacional com presença em Portugal especializada em serviços de consultoria, planeamento de sucessões de administrações e avaliação de altos cargos. Este ‘assessment’ no Novo Banco, a pedido do Lone Star, surpreendeu pelo alcance. Regra geral, estas avaliações são feitas aos altos quadros das empresas, mas desta vez abrange também a administração. Uma fonte que acompanhou o processo de venda revelou ao ECO que os responsáveis do Lone Star querem ter uma avaliação consistente e sólida das equipas, incluindo a gestão, antes de qualquer decisão e eventuais mudanças, que, a realizarem-se, serão concretizadas até outubro de 2018.
A nova estrutura de governo do Novo Banco foi oficializada a 18 de outubro deste ano, no mesmo dia em que o Lone Star assinou o contrato de compra do banco. O Novo Banco passou, assim, a contar com três órgãos de gestão: o Conselho Geral e de Supervisão (que substitui o antigo Conselho de Administração), o Conselho de Administração Executivo e a Mesa da Assembleia Geral.
É no Conselho Geral e de Supervisão que se encontram as principais novidades: o inglês Byron Haynes, indicado pelo Lone Star, é o presidente deste órgão e assume a função de chairman no Novo Banco. Além deste, Donald Quintin, Kambiz Nourbakhsh e Benjamin Dickgiesser também foram indicados pelo Lone Star. Na equipa executiva, além de António Ramalho, estão Vítor Fernandes, Jorge Cardoso, Isabel Ferreira, Luísa Soares da Silva, Rui Fontes e José Eduardo Bettencourt.
Tal como o ECO escreveu ainda em outubro, a equipa executiva estava sob avaliação, mas a ideia do Lone Star era passar para a administração executiva alguns dos nomes que entraram para o Conselho Geral em outubro. Na calha deverão estar, precisamente, aqueles três nomes que foram indicados pelo fundo norte-americano, até porque estiveram envolvidos nas negociações para a compra do Novo Banco.
O ECO questionou fonte oficial do Novo Banco sobre os objetivos desta avaliação, mas o banco não quis fazer quaisquer comentários.
O Novo Banco registou prejuízos de 419,2 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Um desempenho que, segundo o banco, se justifica com a deterioração do resultado operacional e da margem financeira. Estes foram as últimas contas apresentadas enquanto banco de transição, já que foi vendido ao Lone Star.
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