BE: Se se demitiram, “é porque deveriam demitir-se”

  • ECO
  • 12 Dezembro 2017

O Bloco de Esquerda reage à demissão do secretário de Estado da Saúde e da presidente da Raríssimas, sublinhando que os dirigentes demissionários estavam na posse de toda a informação relevante.

José Soeiro, deputado Bloco de Esquerda, recorda que “as demissões foram feitas por pessoas que estão na posse de toda a informação”, e é nesta condição que se retiram dos respetivos cargos. Neste sentido, entende o partido, “certamente se se demitiram é porque deveriam demitir-se“. Vieira da Silva foi convocado pelo PS a prestar novos esclarecimentos ao Parlamento, “para que a relação ente o Estado e as IPSS não fique de forma alguma fragilizada”.

Para o Bloco de Esquerda, este caso deve ser investigado a fundo, mas principalmente alerta para a necessidade de “discutir a fiscalização dos protocolos de cooperação da segurança social com instituições privadas” pois “é preciso garantir que o dinheiro que o Estado transfere para essas instituições privadas chega efetivamente às pessoas“. Assinala que são, anualmente, 1.500 milhões de euros a quantia que o Estado destina para as IPSS no Orçamento do Estado.

O Bloco de Esquerda foi o segundo partido a reagir. Antes, João Almeida, porta-voz do CDS, afirmou que o partido “não tem por hábito comentar a indicação de pessoas para o Governo” e “não será pela substituição de secretário de Estado que se alterarão as políticas de saúde“, pelo que só cabe ao Governo a escolha do nome que substitui Manuel Delgado no Executivo. As matérias que “o CDS tem criticado”, como os pagamentos em atraso e a resposta do serviço nacional de saúde mantêm-se.

Sobre o caso da Raríssimas, o porta-voz do CDS salienta ainda a necessidade de transparência para não desvalorizar o papel do terceiro setor. Neste sentido, o partido vai dirigir várias questões ao ministro Vieira da Silva, de modo a apurar quando e quem recebeu as denúncias acerca da gestão da associação, qual o conteúdo das denúncias, quem teve posteriormente conhecimento das mesmas e, finalmente, em que é que se consistiu a ação do Governo.

O PS anunciou no final do dia que havia requerido a presença do ministro do Trabalho e Segurança Social, Vieira da Silva, no Parlamento. Segundo a deputada Idália Serrão, o ministro deverá “prestar todos os esclarecimentos que os senhores e senhoras deputados queiram ver prestados, adicionalmente”, reforçando que não considera que tenha ficado algo por esclarecer na último discurso de Vieira da Silva. “Eu estou esclarecida”, defende. Uma nova intervenção do ministro será útil “para que a relação ente o Estado e as IPSS não fique de forma alguma fragilizada“.

Esta terça-feira foi anunciada a demissão do secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado. O cargo será ocupado por Rosa Zorrinho, apontada pelo primeiro-ministro António Costa. A tomada de posse terá lugar em São Bento pelas 19h30.

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