Passos Coelho: Portugal já saiu da emergência

Pedro Passos Coelho não tem dúvidas de que o país já saiu do estado de emergência e tem perspetivas de crescimento para o futuro. No entanto, alerta que ainda existem problemas por resolver, como o elevado défice público e uma grande dívida. Em entrevista ao Público, o ex-primeiro-ministro acusa o atual Governo de estar preocupado, não só com a meta do défice, mas também com as exigências dos partidos de Esquerda.

"Sem dúvida que o país já saiu da emergência.”

Ainda sobre o Orçamento, o social-democrata afirma que o Governo de António Costa não está verdadeiramente a acabar com a austeridade e, ao mesmo tempo que elimina alguns impostos, cria outros que deveriam ser apenas para casos de emergência. “O que estamos a fazer é substituir medidas de emergência por outras medidas de agravamento de impostos que vêm para ficar. Ora, isto não é remover a austeridade”, refere.

Passos Coelho refere que Portugal está a ser penalizado nos mercados porque não há confiança na política que está a ser seguida. Essa falta de confiança, diz o antigo primeiro-ministro, custa ao país “mais 350 milhões por ano do que custaria se não houvesse dúvidas e falta de confiança sobre a dívida portuguesa”.

Quanto às exigências da Comissão Europeia, o líder do maior partido da oposição afirma que este Executivo “não se pode queixar” porque “tem tudo uma cooperação extraordinária das instituições europeias” e espera que o país tenha uma execução orçamental que fique “claramente abaixo de 3%, de preferência dentro da meta acordada com a Comissão Europeia”, ainda que não acredite que isso aconteça: “o que eu disse – e mantenho – é que a execução do Orçamento não apontava para aí”.