Centeno já é presidente do Eurogrupo. Recebeu o sino de Dijsselbloem
Mário Centeno já tocou o sino do Eurogrupo. O ministro das Finanças português assume a partir desta sexta-feira a liderança do grupo dos ministros das Finanças da moeda única.
Mário Centeno, o ministro das Finanças português, recebeu esta sexta-feira em Paris o sino que simboliza o cargo de presidente do Eurogrupo. O mandato do holandês Jeroen Dijsselbloem terminou hoje e Centeno será durante os próximos dois anos e meio o responsável por gerar consensos e representar o grupo dos ministros das Finanças da moeda única.
Em imagens transmitidas pelas televisões, o ministro português fez soar o sino com que Dijsselbloem habitualmente dava início às reuniões do Eurogrupo. Dijsselbloem disse confiar na capacidade de Centeno para continuar a reforma da união económica e monetária — um caminho que ainda agora começou a ser trilhado — e o ministro português mostrou-se pronto para superar os desafios. Oficialmente, o mandato começa este sábado.
“Temos uma janela de oportunidade única para aprofundar a união económica e monetária, tornando a nossa moeda comum mais resistente a futuras crises”, notou Mário Centeno. E prometeu que “não se poupará a esforços para encontrar os consensos necessários.”
Jeroen Dijsselbloem assinalou o caminho percorrido desde a sua tomada de posse, em janeiro de 2013. “A Zona Euro está em muito melhor forma”, frisou, somando que há “crescimento económico em todos os países, o desemprego está a cair e as finanças públicas estão mais saudáveis”. E notou que “foram tomados passos decisivos para fortalecer a união monetária, nomeadamente a união bancária”.
A primeira reunião presidida por Mário Centeno está marcada para 22 de janeiro. Depois de ter tido um líder com um perfil mais político durante o período mais agudo da crise económica na Europa, o Eurogrupo será agora conduzido por um ministro de uma economia que atravessou um programa de ajustamento e regressou ao crescimento.
O maior desafio na agenda do ministro português será conseguir consensos sobre a reforma da união económica e monetária. A proposta da Comissão Europeia inclui pontos onde se vislumbram já entendimentos — como é o caso da conclusão da união bancária, através da introdução de um mecanismo de backstop comum, e da criação do Fundo Monetário Europeu.
Mas há outros temas onde os trabalhos estão mais atrasados, como por exemplo a criação de um ministro das Finanças europeu (há países que preferiam um ministro das Finanças da zona euro) ou a forma como poderá ser reforçado o orçamento disponível para combater precocemente as crises e evitar o congelamento do investimento por parte dos países que entrem em stress económico.
(Notícia atualizada às 11h43 com mais informação)
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