Novo Duster? “Se o Governo mudar as portagens, lançamos amanhã”
A Renault pretende lançar quatro novidades este ano, entre elas está o novo Dacia Duster que, será lançado "amanhã", caso o Governo mude as portagens.
A Renault cumpriu mais um ano de liderança em Portugal. São já 20. O Clio brilha, mas os SUV estão a crescer. E o Dacia Duster será uma arma… O problema são dois centímetros que pagam Classe 2.
É um mal que atinge todas as marcas por igual. Os automóveis estão mais altos, por questões de segurança europeias, mas acabam por embater nos pórticos das autoestradas. Em vez de Classe 1, pagam Classe 2. E os consumidores torcem o nariz. De tal forma que a Renault está a fazer um compasso de espera para lançar o novo Dacia Duster para ver se o Governo muda as regras. Se não mudar, mudam o Duster.
A Renault pretende lançar quatro novidades este ano, a que se somam mais dois da Dacia, a marca low cost do Grupo. Um deles é o renovado Duster, um modelo do segmento que mais adeptos tem conquistado no mercado nacional — representa cerca de 20% das vendas em Portugal. Quando chega às estradas? “Amanhã… se o Governo mudar as portagens“, diz Ricardo Oliveira, diretor de comunicação da Renault Portugal.
E se o Executivo de António Costa não ceder? “De outra forma vamos alterar o Duster só para Portugal“, admite. O problema é que este novo SUV tem 112 cm ao eixo dianteiro, mais dois do que o que está definido na lei, levando a que o valor a pagar pelos condutores nas portagens nacionais seja mais elevado. Em alguns casos chega a ser mais do dobro do preço da Classe 1.
Não é a primeira vez que a Renault tem este problema em Portugal, ainda que agora esteja mais abertamente contra a forma como são definidas as Classes dos automóveis. Koleos, Grand Scenic e Kadjar são modelos Classe 2, mas que a marca conseguiu homologar como Classe 1 com identificador eletrónico. Não conseguiu por ter reduzido a altura do carro, mas sim por estes serem modelos homologados com um peso bruto de 2.300 kg.
Enquanto a gama Scenic só existe na versão Grand Scenic (o Scenic não dava para homologar com o peso superior), o Kadjar levou a Renault a mudar o eixo traseiro do SUV só para Portugal, o que atrasou a chegada ao mercado em quase dois anos. O Kadjar é o “primo” do Nissan Qashqai, modelo que tem brilhado neste segmento, já que foi o precursor deste tipo de automóveis.
Mais SUV, mais vendas
Os SUV são cada vez mais importantes para as marcas. Pesam bastante nas vendas, levando a uma oferta reforçada por parte de todas as fabricantes. E a Renault tem tirado partido desse movimento. Dos cinco modelos mais vendidos em Portugal, três são da Renault. E desses, um é um SUV.
O Renault Clio é líder de mercado, com um total de 12.743 unidades vendidas em 2017. O Megane e Captur são o terceiro e quinto mais vendidos em Portugal, respetivamente. Números que permitiram que 2017 tenha sido “um ano especial para nós. São 20 anos de liderança consecutiva em Portugal”. Como Grupo, ou seja, com a Dacia, atingiu 17,14% de quota do grupo, melhor resultado desde 1989. A Renault ficou com 14,5% do mercado, o melhor registo desde 2004, e Dacia vendeu 6.900 carros, ficando com 2,65% de quota de mercado.
No caso dos elétricos, mercado que cresceu 128,7% em 2017, a “Renault fez mais de metade” das vendas, diz Ricardo Oliveira. O “Zoe vendeu em 2017 tanto quanto tinha sido o total do mercado em 2016”, salientou. “E os pedidos estão a aumentar tanto dos particulares como do setor público, nomeadamente das câmaras municipais. Mas as grandes empresas estão também a investir cada vez mais na mobilidade elétrica“, nota Fabrice Cebola, administrador-delegado da Renault Portugal.
Financiamento “paga” crescimento
Parte do crescimento das vendas de automóveis em Portugal deve-se ao crédito. E já Renault não é exceção. Só o RCI Banque, a financeira da fabricante francesa, concedeu 337 milhões de euros, o melhor resultado em 20 anos. Esta financeira concedeu empréstimos para 46,3% dos carros vendidos no ano passado pelo Grupo. Ou seja, quase um em cada dois foi vendido com financiamento. E se se olhar apenas para os particulares, a expressão é ainda maior. Sete em cada dez carros vendidos a particulares foram financiados, ou seja, 70% do total.
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