PS vai propor subsídio para senhorios com dificuldades financeiras

  • ECO e Lusa
  • 24 Outubro 2016

Os socialistas esperam, assim, compensar o alargamento do período transitório na atualização dos contratos antigos, de cinco para dez anos, medida que tem merecido críticas dos proprietários.

O grupo parlamentar do PS quer alterar o diploma do subsídio de renda, para que este passe a abranger, não só os inquilinos com carências financeiras mas também os senhorios nestas circunstâncias, sempre que estejam em causa contratos de rendas anteriores a 1990. A notícia é avançada pelo Jornal de Negócios, na edição desta segunda-feira.

O objetivo é prestar apoio aos proprietários que, por lei, não podem colocar os seus imóveis no mercado livre e alterar as rendas como quiserem. O subsídio apenas se atribuirá aos senhorios cujo agregado familiar tenha rendimentos abaixo dos 37.100 euros anuais brutos, que é a condição prevista atualmente para os inquilinos com dificuldades financeiras.

Os socialistas esperam, assim, compensar o alargamento do período transitório na atualização dos contratos antigos. A reforma da lei do arrendamento, em 2012, determinou que, nos casos de carência financeira dos inquilinos, a renda mantinha-se durante cinco anos, dentro de certos tetos, fixados de acordo com os seus rendimentos. Os partidos da esquerda sempre consideraram esse período curto e preparam-se agora para alargar este período de cinco para 10 anos, o que tem merecido críticas dos proprietários.

Uma vez que os primeiros cinco anos do período transitório só terminam no final de 2017, o subsídio de renda, quer para inquilinos, quer para senhorios, só terá impacto no orçamento para 2018, escreve ainda o Negócios.

Esta informação não agradou a Luís Menezes Leitão, que considerou hoje “um absurdo” a proposta do PS de criar subsídios para senhorios pobres, salientando, em declarações à agência Lusa, que a intenção é “arrasar o mercado de arrendamento”

Luís Menezes Leitão reagia à notícia de hoje do Jornal de Negócios segundo a qual o “grupo parlamentar do PS pretende apresentar uma proposta de alteração ao diploma do subsídio de renda no sentido de permitir que este passe a aplicar-se não só a inquilinos com carências financeiras, mas também a senhorios nas mesmas circunstâncias sempre que estejam em causa os contratos de rendas antigas, anteriores a 1990”.

“Nós achamos isto completamente absurdo. Os proprietários precisam, não de subsídios, – e muito menos para subsidiar inquilinos ricos -, precisam é que lhes deixem fixar as rendas com base no valor de mercado”, disse à Lusa o presidente da Associação Lisbonense de Proprietários.

"Nós achamos isto completamente absurdo. Os proprietários precisam, não de subsídios, – e muito menos para subsidiar inquilinos ricos -, precisam é que lhes deixem fixar as rendas com base no valor de mercado.”

Luís Menezes Leitão

Associação Lisbonense de Proprietários

Menezes Leitão lembrou que os proprietários tiveram um processo de congelamento de rendas durante mais de 100 anos, o que os deixou completamente descapitalizados.

“Neste momento, esperava-se que este processo de congelamento de rendas terminasse no final de 2017, permitindo aos proprietários fixar as rendas pelo menos com base no valor patrimonial do imóvel, pois é com base nele que pagam impostos”, frisou.

De acordo com o responsável, o facto de o parlamento reconhecer que com as suas medidas está a contribuir para causar miséria aos proprietários, então não é apenas preciso um subsídio, mas também isentar os proprietários de obrigações que o Estado estabelece em relação à sua propriedade como o IMI ou a taxa municipal da proteção civil.

“Assim, a nossa posição quanto a esse subsídio é que, de facto, mostra mais o absurdo total e o protecionismo e favoritismo com que o parlamento quer proteger inquilinos que não estão necessitados de carência económica. Queremos é terminar com o congelamento de rendas em 2017”, disse.

(Notícia atualizada às 11:20, com declarações do presidente da Associação Lisbonense de Proprietários)

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