Centeno defende em Davos o fim dos estímulos do BCE de forma “sustentável”

O ministro das Finanças português, Mário Centeno, disse numa entrevista à CNBC em Davos que a transição de política monetária por parte do BCE tem de ser feita "de uma forma sustentável".

O ministro das Finanças português, Mário Centeno, defendeu que o fim do programa de estímulos do BCE e a transição para uma nova política monetária devem ser feitos “de forma sustentável”. Numa entrevista ao canal económico CNBC, à margem do Fórum Económico Mundial em Davos (Suíça), o também presidente do Eurogrupo reconheceu, ainda assim, que a Zona Euro “já não é um problema”.

“As boas notícias são precisamente que a Zona Euro já não é um problema. Temos 18 trimestres consecutivos de crescimento, mais de sete milhões de empregos criados, a economia está forte, o ciclo político também está muito forte”, referiu. Mas acrescentou: “Se olharmos para o ciclo [económico], a política [monetária] durante esse ciclo, a Europa começou nisto um pouco mais tarde do que as outras economias.”

Assim, e respondendo aos críticos do Banco Central Europeu, que apontam manutenção do programa de compras de dívida pública como um obstáculo à expansão económica, Centeno crê que o fim dos estímulos tem de ser feito “de uma forma muito sustentável”. “Tem de ser sustentável e tem de continuar a permitir a recuperação” económica, alertou.

Questionado acerca da sua posição como presidente do Eurogrupo e da inevitável comparação com o seu antecessor, Jeroen Dijsselbloem, Centeno garantiu que “há uma agenda para cumprir”, e por isso não vai diferir muito daquela que foi a abordagem do holandês.

Centeno apontou ainda como as principais prioridades para a sua presidência a consolidação da união bancária e o Brexit. “O Brexit é uma mudança estrutural e temos de deixar que as economias se ajustem a isso de uma forma positiva”, concluiu.

Valorização do Euro “não é motivo de preocupação”

Mário Centeno é um dos oito portugueses presentes na reunião anual do Fórum Económico Mundial, representando não só Portugal como ministro das Finanças, como a União Europeia, como presidente do Eurogrupo. Ainda nesta manhã, o governante deu outra entrevista à Bloomberg, tendo-se mostrado confiante na estabilidade da União, mesmo com a moeda única a ganhar valor.

“As coisas parecem bem na Europa e acho que vão continuar assim”, garantiu Centeno à Bloomberg, afirmando que a valorização do euro que se tem mantido, “não é um motivo de preocupação” para os países da moeda única. Temos conseguido mostrar muita resiliência a choques externos e temos de manter a nossa agenda, reformando a Zona Euro para a tornar ainda mais resiliente”.

Noutra breve passagem pelo canal norte-americano CNN, Centeno falou da situação grega, considerando que, no final do resgate, as provas apontaram para o sucesso.

“Tem sido um programa difícil na Grécia, mas estou convencido que vai acabar por ser um sucesso”, considerou Centeno, à conversa com Richard Quest. “Os bons resultados também podem ser observados pelos gregos”.

(Notícia atualizada às 12h18 com mais informação)

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