Nas grandes empresas, os filhos dos trabalhadores têm kits bebé, creches e subsídios
Depois da polémica das creches para a Autoeuropa, o ECO foi falar com as grandes empresas - BCP, Santander, EDP, Altice, Sonae e Jerónimo - para perceber o que fazem pelos filhos dos trabalhadores.
A polémica surgiu quando o Governo admitiu apoiar o alargamento de horário das creches das IPSS, passando a abranger os sábados, para os trabalhadores da Autoeuropa que agora discutem novos horários de trabalho, através do chamado “complemento de horário em creche”. Atualmente, já existem 935 creches no país que beneficiam deste apoio, mas apenas com alargamento do horário durante os dias úteis de semana.
E do lado das próprias empresas, que apoios são oferecidos aos trabalhadores com filhos? O ECO foi falar com algumas das maiores empresas do país, para perceber que há muito mais para lá de creches com apoios do Estado. Desde subsídios de estudo até dispensa de assiduidade para acompanhar os filhos, o BCP, o Santander Totta, a EDP, a Altice, a Sonae e a Jerónimo Martins apresentam várias soluções.
Subsídios de estudo
É uma solução comum a várias grandes empresas. É o caso, por exemplo, do BCP, que atribui aos trabalhadores um subsídio mensal para cada criança desde o nascimento até ao início do ensino básico e, a partir daí e até ao fim dos estudos (até ao limite dos 25 anos), um subsídio trimestral. Ainda na banca, o Santander Totta também tem um pacote de regalias para os filhos dos seus funcionários, nomeadamente “comparticipação nos livros escolares, subsidio infantil e ticket de infância, ou ainda comparticipação das despesas com as propinas dos filhos de colaboradores que estudam no ensino superior”.
É também o caso da Altice, grupo francês que detém a Portugal Telecom, que oferece subsídios de estudo e de necessidades educativas especiais, calculados consoante o rendimento do agregado familiar e atribuídos desde o pré-escolar e até à conclusão do Superior, ou da EDP, que também atribui subsídios destinados à educação. E os filhos de colaboradores da elétrica que se destaquem na vida académica e social podem ainda ser premiados com os Prémios EDP Júnior.
No retalho, também há apoios à educação, ainda que não para todos os colaboradores. A Sonae oferece bolsas de estudo aos filhos dos colaboradores que tenham melhores notas, além de ter protocolos com escolas privadas, onde são oferecidos descontos (é o caso da Efanor, da Fundação Belmiro de Azevedo).
A Jerónimo Martins também tem um programa de bolsas de estudo, destinado a colaboradores e filhos que, não tendo condições financeiras, pretendem ingressar ou reingressar no ensino superior. A dona do Pingo Doce oferece ainda kits escolares, onde se incluem mochilas com o material escolar pedido pelas escolas, aos filhos dos colaboradores que iniciam o primeiro ano do ensino básico. Nos casos de colaboradores em situação de dificuldade financeira, o grupo retalhista apoia na compra dos livros escolares dos seus filhos.
Creches e ocupação dos tempos livres
A Jerónimo Martins é a única empresa, entre aquelas com quem o ECO falou, que oferece creches aos filhos dos colaboradores de logística. São duas creches no centro de distribuição da Azambuja e no de Alfena (Valongo), que são totalmente gratuitas e estão preparadas para receber crianças dos 0 aos 6 anos. Funcionam de segunda a sábado e feriados, no caso da Azambuja, e de segunda a sexta e feriados, no caso de Valongo, ambas com um horário alargado. Para além das creches, a Jerónimo Martins oferece campos de férias residenciais e não residenciais, na Páscoa e no verão, aos filhos dos colaboradores entre os 6 e os 17 anos.
A Altice, embora não tenha creches, promove colónias de férias em todos os períodos escolares (carnaval, Páscoa, verão e Natal), que podem ser internas ou externas, em vários pontos do país, com um sistema de comparticipação associado.
A EDP também promove estas iniciativas de apoio à vida familiar, com campos e colónias de férias e as “Noites EDP”, realizados em infraestruturas próprias da organização. Tal como o Santander Totta que tem “programas de ocupação de férias (Natal e Páscoa) para os filhos” dos bancários.
Apoio aos bebés
Esta é uma solução que também é comum a várias empresas, com moldes diferentes. O BCP oferece um voucher para constituição da poupança Bebé Millennium, oferecido no momento do nascimento ou adoção de um filho. Desde 2017 que este voucher tem o valor de 500 euros.
A EDP também celebra cada nascimento ou adoção com “uma lembrança oferecida ao novo pai ou nova mãe”, sendo ainda oferecido, caso seja solicitado, um “primeiro pé-de-meia”.
Já a Altice e a Jerónimo Martins oferecem ambas um “kit bebé”, com produtos adequados aos primeiros meses de vida da criança. O Santander Totta também tem este conceito de “kit de nascimento” para entregar aos pais por cada novo filho.
Dispensa de assiduidade
Entre as empresas com quem o ECO falou, o BCP e o Santander Totta foram os únicos a apresentar esta solução. O banco liderado por Nuno Amado oferece dispensa de assiduidade aos trabalhadores, para que acompanhem os filhos no início do ano escolar do ensino básico, e ainda na tarde de aniversário dos filhos, até aos 12 anos. Neste capítulo, o Santander Totta permite aos seus trabalhadores “não trabalhar na tarde do aniversário dos filhos até aos 12 anos” e “não trabalhar no primeiro dia de escola dos filhos”.
Apoio na saúde
O apoio na área da saúde também é oferecido por várias empresas. A EDP oferece “proteção no âmbito da saúde”, enquanto a Altice procura promover a “saúde preventiva” e “reforçar o bem-estar”, através de rastreios, caminhadas e corridas, sessões de sensibilização na área da saúde, sessões de ginástica e outras atividades desportivas, entre outras atividades.
A Jerónimo Martins promove um programa de apoio a crianças com necessidades especiais ao nível médico, que inclui o acesso a medicação, reabilitação, cirurgia, assistência psicológica para as famílias e a participação em campos de férias para reabilitação do autismo e da deficiência física. Oferece ainda o programa SOS Dentista Júnior, destinado aos filhos dos colaboradores com idades entre os 7 e os 17 anos.
(Notícia atualizada às 17h10 com informações relativas ao Santander Totta).
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