Operação Atlântico. Luís Filipe Vieira e Rui Rangel constituídos arguidos
PJ fez buscas no Tribunal da Relação, SAD do Benfica e casa de Filipe Vieira, no âmbito da 'Operação Atlântico'. Líder do SLB e Rui Rangel já foram constituídos arguidos. Advogado do clube desmente.
Luís Filipe Vieira e Rui Rangel acabam de ser constituídos arguidos, no âmbito da ‘Operação Atlântico’, avança o jornal Público. Em declarações aos jornalistas no Campus de Justiça, citadas pela Lusa, o advogado do Benfica já desmentiu essa informação mas admitiu que o dirigente desportivo pode vir a ser acusado. Recorde-se que o juiz Rui Rangel foi candidato à liderança do SLB em 2012 e mantém uma relação de grande proximidade com o líder do clube.
“Em função da marcha do processo, pode vir a ser [arguido], embora as conexões entre o que lá está e ele [Vieira] sejam, de tal forma frágeis, que presumo que não será”, ressalvou João Correia. O advogado do Benfica esclareceu que, nas buscas realizadas na SAD, a PJ levou “documentação contabilística” relacionada com algumas personalidades ligadas ao SLB, mas não com a atividade concreta do clube.
Das buscas realizadas esta manhã pela Polícia Judiciária a vários locais da capital portuguesa — entre eles, o Tribunal da Relação, a SAD do Benfica e a casa do presidente deste clube — resultaram ainda cinco detenções. Segundo o Público, entre os detidos estão dois advogados, um oficial de justiça e a mãe de um dos três filhos de Rangel, bem como o filho de um dos advogados.
Em resposta à agência Lusa a propósito das buscas noticiadas por diversos órgãos de comunicação social, a Procuradoria-Geral da República confirmou, esta manhã, as buscas, dizendo que decorrem “no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça, com a coadjuvação de magistrados do DCIAP [Departamento Central de Investigação e Ação Penal]”.
Este processo teve origem numa certidão extraída da designada Operação ‘Rota do Atlântico’, acrescentou a PGR, adiantando que em causa estão suspeitas de crimes de “recebimento indevido de vantagem, ou, eventualmente, de corrupção, de branqueamento de capitais, tráfico de influência e de fraude fiscal”. Nesta investigação, o Ministério Público é coadjuvado pela Polícia Judiciária.
O inquérito ao juiz desembargador Rui Rangel foi aberto em 2016. Na altura, o Correio da Manhã noticiou que o juiz Rui Rangel era suspeito de receber indevidamente verbas do empresário do futebol José Veiga, arguido no processo ‘Rota do Atlântico’, relacionado com crimes de corrupção no comércio internacional, fraude fiscal e branqueamento de capitais e tráfico de influências.
No âmbito da operação Rota do Atlântico, desencadeada a 03 de fevereiro de 2016, foram constituídos vários arguidos, entre eles José Veiga, Paulo Santana Lopes, Manuel Damásio e a advogada Maria de Jesus Barbosa.
De acordo com a investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, José Veiga e Paulo Santana Lopes terão, alegadamente, atribuído vantagens indevidas a titulares de cargos políticos do Congo Brazzaville para, em troca, obterem contratos de obras públicas e de construção civil para a holding americana da multinacional brasileira Asperbras.
(Notícia atualizada às 13h55 com mais informação)
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