Santos Silva: Sair do euro ou manter geringonça? “Não há hesitação”
O ministro dos Negócios Estrangeiros sublinhou, em entrevista ao Les Echos, a importância da permanência na União Europeia.
Augusto Santos Silva partilhou com os franceses a “receita” portuguesa para sair da crise, que inclui uma parceria praticamente inquebrável com a Europa, mas especialmente com a Zona Euro. Em entrevista ao jornal francês Les Echos, o ministro dos Negócios Estrangeiros falou do processo de recuperação económica e deixou também clara a mensagem que Portugal tem de apresentar perante os parceiros da União Europeia.
“Investimos politicamente na confiança da população e conseguimos aumentar a procura interna, sem pôr em causa as regras do euro”, apontou o ministro. “Não inventámos nada.” Augusto Santos Silva considera ainda que não se pode incorrer em despesas insustentáveis, por isso “os salários dos funcionários púbicos foram congelados desde 2009 e não nos comprometemos com nada até 2019″.
“Não há milagre senão o fruto dos esforços de uma política constante”, afirma o ministro português, não deixando de parte que o Governo aproveitou um ciclo favorável, mas sabia como o aproveitar. “Estamos conscientes de um efeito cíclico e temos de nos preparar para enfrentar o choque de uma possível mudança de ciclo.”
"Se tivéssemos de escolher entre o euro e o destino do Governo de minoria do Partido Socialista, não teríamos nenhuma hesitação.”
Assim, Santos Silva garante que a União Europeia é imprescindível na prevenção de uma nova crise e que, por isso, o país está dedicado a cumprir as regras, “mesmo que também queiramos mudá-las um pouco”.
“Foi preciso explicar que não éramos extremistas, que nunca questionaríamos a permanência de Portugal no núcleo duro da União Europeia e que se tivéssemos de escolher entre o euro e o destino do Governo de minoria do Partido Socialista, não teríamos nenhuma hesitação”, concluiu ainda o ministro. Ou seja, a permanência no euro nunca esteve em causa.
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