Tripulantes de cabine da Ryanair agendam greve para março e abril
Os tripulantes de cabine da companhia low-cost decidiram convocar uma greve de até três dias para março e abril, em protesto pelas práticas empresariais impostas pela Ryanair.
Os tripulantes de cabine da Ryanair decidiram esta quinta-feira convocar até três dias de greve na última quinzena de março e até três dias na primeira quinzena de abril devido às “práticas empresariais que prejudicam gravemente” direitos dos trabalhadores.
Em assembleia-geral realizada esta quinta-feira, em Lisboa, os tripulantes decidiram mandatar a direção do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) para “convocar até três dias de greve a realizar na última quinzena do mês de março e até três dias a realizar na primeira quinzena do mês de abril de 2018, caso não haja uma alteração imediata e substancial das práticas empresariais que prejudicam gravemente os direitos dos tripulantes de cabine”.
Segundo a moção aprovada na reunião magna, a que a agência Lusa teve acesso, a companhia aérea de baixo custo é acusada de não cumprir a legislação laboral portuguesa e de deterioração das condições de trabalho nos últimos anos. Como exemplos dessa deterioração, a monção indica “aumento do ‘bullying’, processos disciplinares abusivos, condicionamento psicológico dos tripulantes, ameaças de transferência de base em caso de não cumprimento dos objetivos de vendas e o total desrespeito pelas leis da parentalidade portuguesa, tornando a situação laboral na empresa insustentável para os tripulantes de cabine”.
Os tripulantes da Ryanair associados do SNPVAC criticam ainda a transportadora por não pagar um salário mensal mínimo, garantido em Portugal, aos trabalhadores contratados por duas agências e por só se garantir a retribuição mínima se houver uma redução salarial. À empresa foi também apontada a existência de “contratos precários há mais de 10 anos”, a recusa em tratar os tripulantes com o “mínimo de respeito e dignidade humana, exigível a qualquer empresa a laborar em Portugal” e o adiamento do diálogo com os sindicatos dos tripulantes.
Depois de “todos os esforços possíveis para resolver o conflito com a empresa de forma pacífica”, os associados decidiram assim que a direção do SNPVAC, além de convocar greve, deve “continuar a desenvolver todos os esforços perante a Ryanair e restantes entidades nacionais” para garantir o “cumprimento integral do direito constitucional e laboral português”. Deve também ser exigido à Ryanair um “compromisso cabal que coloque um fim à cultura de ‘bullying’ e pressão desmesurada sobre os seus tripulantes”, lê-se no documento.
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