Vieira da Silva diz que Santa Casa entrar no Montepio é como “investir em imóveis e arte”
O ministro do Trabalho garante que investimento da Santa Casa no Montepio não é "desbaratar ativos". Trata-se de "alocar a investimentos de outra natureza", assim como já aposta em casas e quadros.
O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social considera que a aposta da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) no setor financeiro é um investimento comparável à compra de casas e quadros. Uma aposta que, segundo Vieira da Silva, não afetará a capacidade de intervenção da Santa Casa na ação social, colocando no topo das prioridades acautelar os interesses desta entidade. Sobre a decisão em relação a este investimento no banco liderado por Félix Morgado, o ministro garante: “ainda não está tomada”.
“A participação financeira representará sempre um ativo da SCML. Assim, não se tratará de desbaratar ativos, mas sim os alocar os investimentos de outra natureza“, garante o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social numa resposta a várias questões colocadas pelos deputados do grupo parlamentar do CDS-PP. Isto “da mesma forma que a SCML investiu em património imobiliário e coleções de arte”, acrescenta.
"A participação financeira representará sempre um ativo da SCML. Assim, não se tratará de desbaratar ativos, mas sim os alocar os investimentos de outra natureza. Da mesma forma que a SCML investiu em património imobiliário e coleções de arte.”
Para Vieira da Silva, a possível entrada da Santa Casa no Montepio “pode ser um contributo para o setor social, atendendo a que esta última é detida, na totalidade, por entidades da economia social. A ser realizado, este investimento deve ser analisado, não a curto, mas a médio e longo prazo”.
Isto porque esta aposta “não se trata apenas de um investimento de natureza meramente financeira”, pois poderá “contribuir para o reforço de uma entidade financeira de natureza social”, referiu o ministro quando questionado se o Montepio não precisa de capital, então porque se colocou a questão de fazer este negócio.
Para quando a decisão? “Ainda não está tomada”
Ao longo da resposta do Ministério às questões dos deputados, é por várias vezes referido que a Santa Casa ainda não tomou uma decisão sobre este investimento. “A decisão não está tomada, o processo está em curso”, refere Vieira da Silva.
Nem está ainda definido o valor final. “A SCML colocou o limite máximo do investimento em 10% do capital da CEMG. Ou seja, o montante limite corresponderia a 10% de dois mil milhões de euros, se fosse esse o capital da CEMG”.
E, como as as ações do Montepio não estão no mercado, “não existe um referencial imediato para determinar o valor de cada ação. Assim, o valor referido representa o valor que aquela entidade financeira entende que cada ação vale neste momento. Isto é, o valor de referência é o valor contabilístico assumido pela MGAM [Associação Mutualista Montepio Geral] para a CEMG”.
"A decisão não está tomada, o processo está em curso, o valor final não está definido.”
Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, disse no Parlamento que ainda persistem dúvidas, “se não tivéssemos já teríamos decidido”. E explicou que as dúvidas se colocam “não pelo interesse estratégico” que a operação possa ter, mas pelas condições em que pode vir a ser concretizada. O provedor disse também que a Santa Casa tomaria uma decisão sobre este investimento até ao final de janeiro, mas o mês terminou sem que houvesse novidades.
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