Criptomoedas? São “um dos golpes mais brilhantes da história”
O fundo Elliott Management refere-se às criptomoedas com o acrónimo WTHIT (que diabo é isto?) e descreve-as "como um dos golpes mais brilhantes da história".
As criptomoedas continuam nas bocas do mundo e, cada vez mais, pelos piores motivos. Somado a tantas outras reações negativas a esta forma de investimento, vem agora este hedge fund, de milhões de euros, descrever as moedas virtuais “como um dos golpes mais brilhantes da história”, e até tem uma forma bastante peculiar de se referir a elas.
O Elliott Management é um hedge fund, criado em 1977, pelo bilionário Paulo Singer, atualmente com 73 anos. Numa carta enviada aos seus investidores, a 26 de janeiro, o fundo falou sobre o investimento em moedas virtuais ao longo de três páginas, alertando para os riscos inerentes. Na carta, a que o Business Insider (conteúdo em inglês) teve acesso, as criptomoedas são referidas com o acrónimo “WTHIT” — what the hell is this? (em português, que diabo é isto?).
“O FOMO — fear of missing out (em português, medo de perder) foi fortemente superado pelas WTHIT”, escreveu o fundo com 34 mil milhões de dólares (27,4 mil milhões de euros) de ativos sob gestão. “Quando a história for escrita, as criptomoedas serão descritas como um dos golpes mais brilhantes da história“.
"Quando a história for escrita, as criptomoedas serão descritas como um dos golpes mais brilhantes da história.”
Na extensa carta enviada pela entidade, pode ainda ler-se: “Todos nos rimos das tribos primitivas que usavam pedras (ou porcos) como moeda de troca. Ria-se se quiser mas, ainda assim, uma pedra ou um porco saudável são alguma coisa. As moedas virtuais não são nada para além do poder de marketing dos seus inventores, financiadores e daqueles que gostam da ideia de comprar uma caixa preta (que, obviamente, está vazia) pelo preço de um carro da marca Kia, sonhando que ela se transformará num Mercedes. Isto não é apenas uma bolha. Não é apenas uma fraude. É, talvez, no limite extremo, a capacidade de os seres humanos terem éter e pensarem que podem alcançar as estrelas com ele”.
"As moedas virtuais não são nada para além do poder de marketing dos seus inventores, financiadores e daqueles que gostam da ideia de comprar uma caixa preta pelo preço de um carro da marca Kia, sonhando que ela se transformará num Mercedes.”
Esta não foi a primeira vez que o fundo Elliott Management critica este tipo de investimento, tendo escrito uma carta semelhante em 2013. No entanto, com o aumento do valor e da volatilidade das moedas virtuais, a preocupação por parte deste fundo aumentou de igual forma. Um dos pontos destacados pelo mesmo é a escassez da bitcoin, tendo mesmo citado um artigo da revista Barron, em que se Avie Tevanian afirma que: “sabemos que apenas 21 milhões de bitcoins serão criadas”.
O Elliott Management é conhecido por ser um fundo “abutre”, pois tem por norma investir em empresas, ou em dívida de Estados, que estejam a passar por situações financeiras complicadas. Por cá, este hedge fund não é propriamente desconhecido dos portugueses. O ano passado, foi um dos interessados em entrar no capital da Oi, tendo mesmo chegado a ter conversações com a Pharol sobre o assunto. Anos antes, em 2014, apostou ainda na queda das ações da Portugal Telecom e, em 2011, na queda do BES.
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