Há tweets que trazem multas, prejuízos e até despedimentos

  • Juliana Nogueira Santos
  • 26 Fevereiro 2018

Pode pensar que são apenas 280 carateres, mas um tweet pode ter mais impacto do que parece. Já pôs em causa negócios, trabalhos e até a liberdade dos seus autores.

Na semana passada, as ações da Snapchat viram as suas recomendações baixarem por um analista muito especial: Kylie Jenner. A socialite norte-americana, mais conhecida por fazer parte da afamada família Kardashian, escreveu na sua conta oficial de Twitter que deixou para trás os dias em que abria a aplicação Snapchat. Instantaneamente, as ações caíram 6%.

“Então, há alguém que já não abra o Snapchat? Ou sou só eu… ugh isto é tão triste”, pode ler-se no tweet de Kylie. Seguiram-se os comentários de apoio, num post que mereceu 367 mil gostos e 79 mil comentários. Na bolsa de Nova Iorque, as ações da Snap, a empresa mãe do Snapchat, perdeu 1,3 mil milhões de dólares numa só sessão.

A mais nova do clã Kardashian acabou por acrescentar que ainda gosta da aplicação, apelidando-a de “o meu primeiro amor”. Mas este esclarecimento não foi suficiente para conter a catadupa de reações que se seguiram, umas mais valiosas do que outras.

Assim, e com um presidente dos Estados Unidos que já afirmou que é através da sua conta de Twitter que os cidadãos podem ter acesso às suas verdadeiras visões, qual é o verdadeiro impacto daqueles 280 carateres? O MarketWatch agregou mais cinco tweets que puseram em causa milhões de dólares, carreiras e até a liberdade dos seus autores.

Spirit Airlines foi multada em 50 mil dólares

A companhia aérea Spirit Airlines decidiu utilizar a sua conta de Twitter para anunciar uma promoção bombástica: todos os voos com partida de Los Angeles seriam a nove dólares. O que os 140 carateres da altura — em 2011 — não deixaram mencionar eram as taxas adicionais. A marca foi multada por publicidade enganosa, sendo que o valor total das viagens só aparecia após carregar em duas ligações. A conta foi de 50 mil dólares.

NBA multa donos de equipas que tweetam demais

A Associação Nacional de Basquetebol norte-americana já multou vários proprietários de equipas da modalidade por tweetarem o que não deviam. O dono dos Miami Heat foi multado em 500 mil dólares por discutir o processo de negociação de um jogador no feed da rede social. Já Mark Cuban, o conhecido proprietário dos Dallas Mavericks, recebeu uma coima de 25 mil dólares por criticar os árbitros após um jogo. Será que no futebol português isto se poderá vir a aplicar?

Anthony Weiner destruiu a carreira política

O caso de Anthony Weiner ocupou as capas dos jornais durante muito tempo, pela sua especificidade e novidade. O congressista democrata foi condenado a 21 meses de prisão após trocar mensagens de cariz sexual com uma menor através do Twitter. Através da rede, Weiner enviou uma foto explícita à rapariga, tendo depois alegado que o seu perfil tinha sido pirateado. Para além de ter perdido o seu salário de 174 mil dólares anuais, perdeu também todos os benefícios que vinham com a vida política.

Opiniões no Twitter dão despedimento…

Uma editora sénior da CNN, correspondente especial no Médio Oriente, foi despedida após expressar o seu respeito por um membro do clero xiita, na sua conta de Twitter. Fadlallah, o clérigo em causa, era um crítico acérrimo da intervenção dos Estados Unidos em Israel. Ainda que a jornalista afirme que o seu tweet tenha sido tirado do contexto, a Time, dona da CNN, despediu-a.

… e sátiras também

Já uma funcionária da InterActiveCorp, a empresa que gere alguns dos maiores sites de encontros do mundo, tweetou comentários ofensivos sobre a SIDA em África, pouco antes de entrar num avião para ir para o continente. A empresa apressou-se a afastar-se desta visão e a funcionária afirmou depois que era um comentário satírico, o que não impediu o seu despedimento.

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