Maior crescimento da década do investimento acelera PIB de 2017 para 2,7%
O PIB aumentou 2,7% em 2017, um ano de recuperação para a economia portuguesa. Além disso, o INE reviu em alta o crescimento de 2016 de 1,5% para 1,6%.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou que a economia portuguesa cresceu 2,7%, tal como tinha avançado a estimativa rápida de 14 de fevereiro. As contas nacionais trimestrais foram divulgadas esta quarta-feira pelo INE. O PIB atingiu, em termos nominais, os 193,1 mil milhões de euros em 2017. O motor deste crescimento foi a procura interna, em particular o investimento, uma vez que a procura externa líquida — o resultado das exportações e importações — prejudicou o PIB ligeiramente.
“Em 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) registou um aumento de 2,7% em volume, uma taxa superior em 1,1 pontos percentuais à verificada no ano anterior, tendo atingido, em termos nominais, 193 mil milhões de euros”, anuncia o INE esta quarta-feira. A aceleração do investimento de 0,8% em 2016 para 8,4% em 2017 foi determinante. Já o consumo privado acelerou ligeiramente de 2,1% para 2,2%.
Por outro lado, a aceleração das exportações (7,9%) foi “ligeiramente menos intensa” que a das importações (7,9%) de bens e serviços deu um contributo negativo para o PIB. E, além disso, piorou o excedente comercial de Portugal para 1% do PIB (1,1% em 2016). Isto acontece porque — apesar do “forte crescimento” das exportações de turismo — a base das importações portuguesas é maior do que a das exportações. Ou seja, com as mesmas variações percentuais, o efeito das importações no saldo pesa mais.
Evolução do PIB desde 1996
Fonte: Instituto Nacional de Estatística.
Do terceiro para o quarto trimestre, o PIB registou uma variação em cadeia de 0,7%, o que se traduziu numa variação homóloga de 2,4%, taxa idêntica à observada no trimestre anterior. “O contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu, passando de 3,5 p.p. no 3º trimestre para 2,4 p.p., devido à desaceleração do Investimento e do consumo privado”, explica o INE, referindo que a procura externa líquida deu um contributo nulo.
Em 2016, o primeiro ano completo de geringonça, a economia portuguesa cresceu 1,6% — o INE reviu em alta esta quarta-feira –, abrandando face aos 1,8% registados em 2015, o último ano da governação PSD/CDS. Em 2017, o PIB surpreendeu de tal forma que é preciso recuar até 2000 para encontrar um número superior (3,8%). A estimativa do Governo em outubro do ano passado era de 2,6%.
Construção dá gás ao investimento
Depois de aumentar ligeiramente em 2016, o investimento acelerou em 2017: cresceu 8,4%. Como é que isto aconteceu? O investimento em construção foi a “componente que mais contribuiu”, passando de uma queda de 0,3% em 2016 para um crescimento de 9,2% em 2017. De forma semelhante contribuiu o investimento em outras máquinas e equipamentos, em equipamento de transporte e produtos de propriedade intelectual.
Evolução do investimento em Portugal de 1998 a 2017
Fonte: Instituto Nacional de Estatística.
Os dados mais finos do destaque das contas nacionais do INE mostram que o investimento na economia portuguesa não tinha aumentado tanto desde 1998. Em 2017, a formação brutal de capital fixo (FBCF) — uma medida do investimento no país — cresceu 8,4%, a maior variação homóloga desde 2007. Além disso, em milhões de euros, o investimento está cada vez mais perto de alcançar o volume registado em 2011.
Na ótica do VAB (valor acrescentado bruto) de cada setor da economia portuguesa, a construção também foi uma das decisivas para que, em 2017, se registasse o maior crescimento económico de 2000. O VAB do ramo da construção cresceu 6,7% em 2017 (-1,7% em 2016), passando a dar um contributo positivo para a variação do VAB total — para o qual o ramo da indústria deu o maior contributo. Ainda assim, em milhões de euros, a construção continua aquém dos valores pré-crise.
(Notícia atualizada pela última vez às 13h31 com a correção de um gráfico)
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