Trump ataca aço. UE responde e ameaça com taxas sobre manteiga de amendoim e jeans
Comissária europeia do Comércio anunciou que está a ser preparada lista de itens norte-americanos que poderão vir a ser sujeitos a taxas aduaneiras mais altas, em resposta às ameaças de Donald Trump.
Donald Trump ameaçou aumentar as taxas aduaneiras sobre o aço e o alumínio impostas à União Europeia e o bloco não se deixou ficar calado. Esta quarta-feira, a comissária europeia do Comércio garantiu que está a ser preparada uma lista provisória de itens norte-americanos sobre os quais poderão ser aumentados os impostos. Manteiga de amendoim, jeans, milho, sumo de laranja e bourbon, bem como aço e alumínio são alguns dos produtos que podem passar, assim, a ser sujeitos a taxas mais pesadas.
“Na lista constam produtos de aço, industriais e agrícolas”, explicou Cecilia Malmström, numa conferência sobre a resposta do bloco à posição protecionista de Donald Trump. De acordo com Bruxelas, essa lista está a ser agora discutida com os Estados-membros e será em breve tornada pública. Depois da sua divulgação, as indústrias terão tempo para responder, deixando-se em aberto a possibilidade de as tarifas serem posteriormente adaptadas.
Neste mesmo sentido, a União Europeia está também a preparar medidas para evitar que o seu mercado seja vítima de “uma inundação” de aço e alumínio, na sequência da imposição de restrições à importação destes produtos por parte dos Estados Unidos. Esta quarta-feira, a mesma comissária disse, por isso, ter dúvidas sobre a justificação para a imposição de tarifas aduaneiras e revelou que está a ser coordenada com outros parceiros a resposta na Organização Mundial de Comércio.
“Responderemos de forma proporcional e equilibrada”, sublinhou Cecilia Malmström face às declarações do líder norte-americano. Esta terça-feira, Trump defendeu que a União Europeia não “tratou bem” os Estados Unidos, no que diz respeito às relações comerciais entre estas duas potências.
“É praticamente impossível fazermos negócio com eles [UE]. No entanto, eles conseguem enviar viaturas e tudo o resto para os Estados Unidos”, fez questão de notar o empresário nova-iorquino, citado pela AFP. Neste ponto, a comissária europeia do Comércio respondeu ao líder americano, referindo que, todos os anos, são produzidos dois milhões de carros nos EUA por empresas europeias, o que garante trabalhos e receitas à sua economia.
Não há vencedores numa guerra comercial
“Entre a UE e os EUA não há tarifas muito elevadas”, enfatizou a comissária, que confessou ter esperança que o bloco não seja incluído neste agravamento das restrições à importação, uma vez que, nesse caso, as relações transatlânticas seriam danificadas.
Malmström assinalou, por outro lado, que o problema em causa tem origem no excesso de produção destes metais. “Podemos trabalhar com os nossos amigos americanos e com outros aliados no núcleo duro deste problema, a sobreprodução”, defendeu.
Cecilia Malmström lembrou, por fim, que estas medidas foram uma promessa eleitoral de Donald Trump. Ainda assim, a comissária deixou claro que espera que não avancem, até porque “uma guerra comercial não tem vencedores”. Mais, a responsável sublinhou que, no caso das propostas serem concretizadas, o bloco terá de preparar medidas para proteger os postos de trabalhos europeus.
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